A Revolução Constitucionalista de 1932 é celebrada em 9 de julho, data de seu início, e é feriado no estado de São Paulo. A data homenageia o levante dos paulistas contra a ditadura de Getúlio Vargas em 1932 e também é conhecida como Dia da Revolução ou Dia do Soldado Constitucionalista.
A celebração deste ano causa dúvidas a paulistas e paulistanos, já que alguns feriados locais foram antecipados como medida de combate à pandemia da COVID-19. No texto de hoje, você tira suas dúvidas sobre a antecipação do feriado de 9 de julho e conhece um pouco mais sobre sua história. Boa leitura!
O feriado de 9 de julho foi antecipado?
Em março de 2021, a prefeitura da cidade de São Paulo anunciou que anteciparia cinco feriados para conter o avanço da pandemia do coronavírus: os feriados de Corpus Christi de 2021, Consciência Negra de 2021, aniversário de São Paulo de 2022, Corpus Christi de 2022 e Consciência Negra de 2022. Isso gerou um mega feriado de 26 de março a 4 de abril.
Esse fato somado ao de que em 2020, o feriado de 9 de julho foi antecipado para maio fez com que muitos paulistas e paulistanos ficassem em dúvida em relação ao feriado de 9 de julho de 2021.
O feriado estadual está mantido em São Paulo. Por ser estadual e não municipal, ele ficou de fora da lista de antecipação da prefeitura. Isso significa que serviços como a Bolsa de Valores, Correios, bancos e outros estarão fechados na data.
Ainda assim, os protocolos de prevenção à transmissão da COVIDCovid-19 continuam: uso de máscaras e álcool gel, necessidade de distanciamento social, com limite de 40% da ocupação de bares, restaurantes e outros estabelecimentos, e limitações de horário de funcionamento, que em São Paulo está definido das 6h às 21h.
Conheça a história da data
O feriado em comemoração à Revolução Constitucionalista de 1932 foi instituído pela Lei Estadual nº 9.497 de 1997. Esta data é considerada magna do Estado de São Paulo.
A Revolução Constitucionalista de 1932 foi um movimento armado que ocorreu em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul entre julho e outubro de 1932. Seu objetivo era derrubar o governo provisório do então presidente Getúlio Vargas e convocar uma Assembleia Nacional Constituinte.
O levante armado foi motivado pelo fato de que as tropas getulistas mataram cinco jovens em um protesto contra o governo, o que gerou revolta popular. O estado de Mato Grosso foi o único aliado dos paulistas que, após três meses de combate em todo o estado, tiveram que se render em 2 de outubro de 1932, após quase três meses.
O saldo oficial é de 934 mortos, mas estimativas não oficiais apontam mais de 2 mil mortos. Diversas cidades do interior do estado sofreram danos devido aos combates.
Fatos que precederam à revolta
A Revolução de 1930 culminou em um golpe de estado que derrubou o então presidente Washington Luís, impediu seu sucessor, Júlio Prestes, de tomar posse, depôs diversos governadores, fechou o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas e as Câmaras Municipais, além de cassar a Constituição de 1981.
Getúlio Vargas, que foi derrotado nas eleições presidenciais de 1930 e um dos líderes do movimento revolucionário, assumiu a presidência com um governo provisório que tinha amplos poderes. Esse foi o fim da República Velha e da política do café com leite.
Embora o novo governo prometesse novas eleições e a formação de uma Assembleia Nacional Constituinte que elaborasse uma Nova Constituição, isso não aconteceu, o que gerou um sentimento de frustração que se somou ao ressentimento contra o governo provisório, principalmente em São Paulo.
Esse sentimento somado à crise econômica, reflexo da Grande Depressão de 1929, que derrubou os preços do café internacionalmente e arruinaram a oligarquia paulista foram os grandes motivadores da Revolução.
As consequências da Revolução Constitucionalista
Embora os paulistas tenham sido derrotados no movimento de 1932, saíram vitoriosos em termos políticos e econômicos. O projeto constitucionalizante foi fortalecido após a Revolução.
Novos partidos foram criados para concorrer às eleições da Assembléia Nacional Constituinte, que aconteceram em maio de 1933. A vencedora foi a Chapa Única por São Paulo Unido.
Em 1933, São Paulo também pôde voltar a ter um representante civil e paulista como chefe do governo do Estado. Armando de Sales Oliveira foi indicado para substituir o general Valdomiro Lima. Ele foi eleito governador constitucional de São Paulo em 1935.
Como São Paulo permanecia como o principal fornecedor de café do país, o governo provisório foi pressionado a manter a política de valorização do café, que comprava e retinha os estoques. Também teve que permitir a negociação das dívidas dos cafeicultores.
Getúlio Vargas reativou a comissão de elaboração do projeto de Constituição, que foi promulgada em 1934. No entanto, em 1937, mais uma vez Vargas fechou o Congresso Nacional, cassou a Constituição e criou uma nova, com a justificativa de extremismo de movimentos políticos da época.
O regime ditatorial conhecido como Estado Novo foi estabelecido até 1945, quando Vargas foi deposto por um grupo militar que continha antigos aliados.
Conclusão
A Revolução Constitucionalista de 1932 é uma data magna do Estado de São Paulo, pois representa a resistência dos paulistas à ditadura implantada por Getúlio Vargas em 1930. A morte de cinco jovens culminou na revolta. Embora os paulistas tenham sido derrotados, muitas de suas reivindicações foram atendidas.
O feriado estadual comemorado na data não entrou na lista de feriados antecipados como medida de combate à pandemia, por isso ele está mantido em todo o estado.
Tomando todos os cuidados e seguindo as medidas de proteção contra a covid-19, você pode aproveitar a data. Então, conte para nós nos comentários quais são seus planos para o feriado!
Porque no Google não consta na lista de feriados de julho o dia 09 como feriado