Open Banking

Entenda o que é como funciona o open banking

24 nov 2021
8min de leitura

Às vezes, adquirir um produto financeiro em outra instituição que não é a sua acaba sendo um processo burocrático. Diante disso, foi desenvolvido o Open Banking, um sistema integrado de compartilhamento de dados financeiros com o objetivo de trazer mais autonomia e aumentar a oferta de produtos e serviços para os clientes.

Na prática, em uma plataforma segura, as instituições financeiras poderão ter acesso a dados de clientes, como dados cadastrais e transações, para assim, ofertar um serviço mais personalizado.

Mas será que isso é realmente vantajoso? Preparamos um conteúdo completo para você entender o que é e a importância deste novo sistema que promete revolucionar a indústria financeira. Confira!

O que significa o Open Banking?

Open Banking, na tradução, significa sistema financeiro aberto. Não é um aplicativo e nem um produto financeiro, mas sim um conjunto de regras e tecnologias, que, por meio de uma plataforma integrada e segura, as diferentes instituições financeiras terão acesso aos dados de clientes.

O Brasil não é o primeiro país a implantar essa tecnologia. O Reino Unido é o pioneiro ao implantar esse sistema em 2018, seguido por Singapura, Austrália e México. Em muitos países – inclusive no Brasil – o início da inovação da indústria financeira se dá com a adoção de pagamentos instantâneos. Aqui, o Pix foi lançado em 2020 pelo Banco Central, e já alcançou mais de 100 milhões de usuários.  

Qual o objetivo do Open Banking?

Imagine que você é cliente há mais de 7 anos em um banco, e achou a oferta de um serviço mais vantajosa em outra instituição. O problema, é que atualmente você teria que abrir uma nova conta e começar um “relacionamento do zero” para contratar esse serviço.

A ideia do Open Banking é mudar este cenário. Com essa iniciativa, o compartilhamento de dados do cliente vai possibilitar que diversas instituições financeiras ofereçam concessão de crédito com taxas mais vantajosas, rentabilidade de investimento, custo de seguros, entre outros produtos, de acordo com o histórico já existente.

Com isso, vai aumentar a competição entre as instituições bancárias, e o cliente se beneficiará com melhores ofertas.

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É preciso autorizar o compartilhamento de dados?

O cliente será o dono de suas informações bancárias, levando para onde bem entender, ou seja, para qualquer instituição. Então, a resposta é sim. É preciso autorizar o compartilhamento de dados para que as instituições bancárias possam oferecer serviços e produtos personalizados.

O cliente é quem decide quando, o quê e com quem compartilhar. Por meio dos canais digitais das instituições financeiras, o cliente terá o controle das permissões, sendo possível consultar:

  • As instituições participantes no compartilhamento de dados;
  • Os dados autorizados para compartilhamento;
  • A data de requisição e o período de validade da autorização (a renovação é a cada 12 meses;
  • A finalidade do compartilhamento (ou seja, quais produtos e serviços serão oferecidos).

Além disso, em qualquer momento, caso o cliente decida não compartilhar mais os seus dados, é possível cancelar o consentimento.

Quais dados financeiros serão compartilhados no Open Banking?

Poderão ser compartilhados dados cadastrais (endereço, estado civil, faturamento), transações (contas, limites, depósitos, saldos, cartão de crédito e demais operações), além de operações de câmbio, investimento, seguros e previdência.

Lembrando que, para as instituições financeiras terem acesso a esses dados, é preciso consentimento do cliente. 

Quais instituições vão participar?

Aqui no país, apenas as instituições financeiras reguladas pelo Banco Central são participantes obrigatórios do ecossistema, como Bradesco, Caixa Econômica, Banco do Brasil, Itaú, Santander, Citibank, etc. As demais instituições poderão escolher se vão participar ou não do open banking.

Aliás, o open banking exige uma característica muito importante: a reciprocidade. Todas as instituições que quiserem receber os dados dos clientes de seus concorrentes, deverão compartilhar os dados das suas bases.

Para ter acesso a lista completa das empresas participantes, é só acessar o portal da Estrutura de Governança do Open Banking do Brasil.

As instituições financeiras terão acesso aos dados por tempo indeterminado?

Não. O prazo de duração vai variar de acordo com o objetivo do compartilhamento. Por exemplo, os dados cadastrais terão um prazo de 6 meses, já o acesso ao histórico de crédito terá uma duração de 3 meses. Em geral, o prazo máximo será de 12 meses. Após isso, o usuário deverá renovar o seu consentimento.

Como o open banking funciona?

O funcionamento ainda não está definido totalmente, no entanto, algumas etapas já foram divulgadas. Como mencionamos, para a liberação de dados, o cliente fará nos canais digitais das instituições, porém, o processo deverá ser iniciado na empresa que vai receber os dados. 

Exemplo: Se o cliente tem uma conta no Banco Bradesco e deseja compartilhar seus dados no Banco Itaú, ele deverá solicitar o compartilhamento para o Banco Itaú, que em seguida, vai avisar sobre a solicitação para o Banco Bradesco. Após a confirmação com o cliente, o Bradesco compartilha as informações com o Itaú.

Para a oferta de produtos e serviços, o processo será parecido. Aliás, não será preciso que o consumidor seja correntista de certa instituição para ter uma análise de crédito, por exemplo. 

Assim, se o cliente quiser um empréstimo, e na plataforma ver a opção de crédito do banco Santander, na qual não possui conta, poderá solicitar ao banco Caixa, na qual possui conta, para o compartilhamento de dados entre as instituições. Após a confirmação, o Santander poderá ver seu histórico de créditos e aprovar o empréstimo rapidamente. 

Como você pode ver, seja qual for a situação, é o cliente quem vai ditar as regras. E somente as instituições participantes poderão ter acesso aos dados financeiros da pessoa.

Como será o Open Banking no Brasil?

A implementação do sistema integrado de compartilhamento de dados financeiros começou de forma gradual este ano. O projeto foi dividido em quatro fases:

Fase 1 – Compartilhamento de dados entre as instituições participantes (Fevereiro/2021)

A primeira etapa, iniciada em 01 de fevereiro de 2021, refere-se à disponibilização de informações padronizadas das instituições participantes, como canais de atendimento, e produtos e serviços bancários tradicionais que são oferecidos.

Fase 2 – Compartilhamento de dados de clientes (Agosto/2021)

Iniciada em 13 de agosto, nesta fase o usuário poderá solicitar o compartilhamento de seus dados cadastrais e transacionais (contas, cartões de crédito e pagamentos) entre as instituições participantes.

Fase 3 – Transações de pagamento (Outubro/2021)

Iniciada recentemente, em 29 de outubro, a fase 3 refere-se à integração de serviços, com início de transações de pagamento e encaminhamento de propostas de operação de crédito, para comparação de taxas, prazos, entre outras condições. 

Fase 4 – Dados complementares (Dezembro/2021)

A última fase começará no dia 15 de dezembro, e se diz a respeito ao compartilhamento de informações complementares, como produtos de investimentos, previdência, seguros, câmbio, etc. Esta etapa também é conhecida como Open Finance.

O Open Banking é seguro?

Pelo fato de ser algo novo aqui no Brasil, isso acaba gerando muitas dúvidas quanto a segurança desse ecossistema. Mas pode ficar tranquilo, pois o Open Banking é seguro tanto para os clientes, como para as instituições participantes.

O sistema funcionará sob a regulação do Banco Central, então as instituições financeiras deverão cumprir uma série de requisitos para garantir a segurança e o sigilo das informações compartilhadas. Sendo assim, o não cumprimento de regras da empresa, será passível a multas e exclusão do open banking. 

Além da fiscalização do Banco Central, o Open Banking está protegido pela Lei Complementar n°105/2001 e também cumpre os requisitos da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor este ano.

Lembrando que aderir este sistema não significa que todo mundo terá acesso aos dados, mas sim, que cada cliente terá o controle sobre os compartilhamentos, levando para onde quiser, graças a tecnologia de APIs.

O que são as APIs do Open Banking?

API é a sigla para Application Programming Interface, que em português significa Interface de Programação de Aplicativos. Essa tecnologia permite que sistemas e softwares consigam se comunicar entre si. 

Basicamente, é uma espécie de ponte, amplamente usada pelas empresas, e que conecta as informações por meio de uma mesma linguagem. Por exemplo, a Uber e o Airbnb utilizam uma API do Google Maps em seus aplicativos. 

Então, este será o recurso para que o compartilhamento entre as instituições ocorra de maneira padronizada, permitindo a troca de dados de clientes de forma rápida e segura.  

Benefícios do Open Banking

No decorrer do artigo você já pode ter uma ideia dos benefícios que a implantação deste sistema trará para a indústria financeira. Mas, vamos citar outras vantagens do Open Banking:

  • Mais liberdade e autonomia para os clientes: Não será mais preciso começar um “relacionamento do zero” com outra instituição. Além disso, o cliente vai autorizar o compartilhamento de seus dados quando e com quem quiser;
  • Mais competição e mais opções para o consumidor: Com base nos dados dos clientes, as instituições poderão criar um ambiente mais competitivo, oferecendo novos serviços e produtos mais atrativos;
  • Facilidade: Com o sistema integrado por meio das APIs os processos e as transações financeiras se torna mais rápido, prático e barato;
  • Portabilidade de relacionamento entre instituições;
  • Maior transparência.

Conclusão

O Open Banking é um sistema que ainda está sendo implementado no Brasil, e que tem como objetivo inovar a indústria financeira do país, trazendo mais autonomia e facilidade para os consumidores.

Com a permissão do cliente, as instituições financeiras se conectarão diretamente por meio de uma plataforma integrada e segura para ter acesso aos dados autorizados, dessa forma, será possível ofertar uma maior gama de produtos e serviços financeiros, de maneira totalmente personalizada e vantajosa para cada cliente.

O que achou da ideia deste novo sistema? Conte para a gente nos comentários!

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