taxa de juros

O que é taxa de juros?

29 maio 2023
12min de leitura

A taxa de juros pode ser tanto o valor cobrado sobre o dinheiro emprestado quanto o valor recebido pelo dinheiro investido. Ela é medida sempre em percentual (%) e é calculada sobre um montante inicial (juros simples) ou acumulado aos juros de um período (juros compostos). Na economia, ela tem relação direta com a inflação.

No jornal, no cartão de crédito, no financiamento imobiliário, no rendimento de um investimento…a taxa de juros está presente no dia a dia de qualquer pessoa que lide com o dinheiro ou esteja minimamente atenta à economia do país. 

Isso porque, boa parte das relações financeiras se dá por meio de empréstimo de dinheiro. Mesmo entre bancos ou entre o Governo e pessoas físicas e jurídicas. 

E onde há empréstimo de dinheiro muito provavelmente haverá um tomador pagando um valor além do crédito tomado e um credor recebendo um rendimento além do valor emprestado. E é aqui que encontramos a taxa de juros

O que é taxa de juros?

A taxa de juros é o rendimento, em percentual, de um dinheiro emprestado ou investido.  Quando você toma um empréstimo, você paga esse rendimento ao credor além do saldo devedor. Já quando você é o credor ou investidor, esse rendimento é pago a você.

Ou seja, dependendo da situação você pode receber ou ter que pagar o valor equivalente à taxa de juros

Muitos especialistas comparam a taxa de juros a um “aluguel” de dinheiro. Você paga um valor ao credor para poder usar aquele dinheiro que é dele mas que ele não está usando no momento. 

Quais são os tipos de taxa de juros?

Se relembrarmos alguns conceitos matemáticos aprendidos no colégio, vamos chegar aos juros simples e aos juros compostos. Eles são fundamentais para entender como uma dívida pode aumentar rapidamente, se um investimento vai te dar mais lucros do que outro etc. 

Apesar de não serem tipos de taxa de juros, é importante falar deles. Além desses dois conceitos, também falaremos sobre juros de mora e juros de rendimentos, como a taxa de juros real, nominal, pré-fixada, pós-fixada e híbrida. 

Juro simples

Os juros simples é um tipo de taxa calculada sempre sobre o valor inicial. Ou seja, o valor dos juros de um período vai ser sempre igual ao valor de qualquer outro período. Veja um exemplo de como calcular juros simples. 

Em um empréstimo de R$ 10 mil com 0,3% de juros simples ao mês, você pagará R$ 30 de juros mensais. Se essa dívida for quitada em 12 meses, ela resultará em um valor final de: 

R$ 10 mil + (R$ 30 x 12) = R$ 10360

Ou seja, o valor mensal dos juros não varia ao longo da dívida, porque a base de cálculo é sempre a mesma: o valor inicial do empréstimo.

Juro composto

Por outro lado, no cálculo do juro composto temos o famoso “juros sobre juros”. O cálculo leva em consideração o valor inicial do capital e o acúmulo de juros do período anterior. Quanto mais longo o prazo de pagamento/investimento, maior será o valor pago em juros. 

Por isso, a fórmula do juro composto leva em consideração o tempo, valor inicial do investimento/dívida e a taxa de juros. Confira:

Valor futuro = valor inicial x (1 + taxa de juros)tempo

Para o caso de investimentos, os juros compostos são uma maravilha, pois aumenta o rendimento se comparado aos juros simples. Porém, em dívidas, taxas de juros compostos significa um Custo Efetivo Total (CET) muito maior. Ou seja, a dívida sai mais cara. 

Na grande maioria das vezes, o juro composto é o principal tipo de cálculo de taxa de juros nos serviços de crédito e investimentos financeiros.

Não quer depender da fórmula? Utilize a calculadora de juros compostos da CashMe.

Juros de mora

O juros de mora é bem conhecido por quem já pagou uma conta em atraso. Também chamado de juros moratórios, ele é calculado sobre o valor da conta e de acordo com o período de atraso. 

Ou seja, quanto mais você demorar para quitar a dívida, maior a quantia paga em juros.  

O Governo, no entanto, limita o percentual dos juros de mora em no máximo 1% ao mês. 

Taxa de juros nominal

No campo dos rendimentos, a taxa de juros nominal é o valor que o seu investimento rendeu sem calcular os descontos que podem incidir, como imposto de renda, taxas de administração, inflação etc. Ou seja, ele é o ganho “bruto” pós-investimento. 

Taxa de juros real

Já na taxa de juros real são aplicados os descontos, incluindo a inflação. É com ela que você consegue entender quanto ganhou com o investimento, considerando as variações na economia e, consequentemente, do poder de compra.

Com a taxa de juros real percebemos que o valor do dinheiro de hoje não terá o mesmo valor no futuro. Por exemplo, pense no valor de um produto hoje e tente relembrar quanto ele custava há cinco anos. 

Mais a frente, entenderemos mais sobre a relação entre taxa de juros, economia e inflação.

Taxa de juros pré-fixada

Outra taxa de juros fundamental no mundo de investimentos é a pré-fixada. Ela indica que a forma/índice de rendimento é determinada antes do investimento ser feito. Ou seja, você já sabe quanto ele vai render. 

Taxa de juros pós-fixada

Ao contrário dela, temos a pós-fixada, que, no geral, vincula o rendimento a índices da inflação, como a taxa Selic, IPCA ou IGP-M. Apesar de você saber qual será o índice utilizado para calcular os juros, não é possível saber quanto será de fato o rendimento.

Isso porque os juros vão depender do desempenho do índice atrelado. A taxa pós-fixada acontece, inclusive, em dívidas, como empréstimos e financiamentos. 

Existem alguns produtos de crédito que utilizam índices da inflação para determinar os juros. Ou seja: o valor da parcela a pagar varia mês a mês. Novamente, aqui temos interferência da economia e da inflação na taxa de juros.

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Qual é a influência da taxa de juros na economia?

Pelas definições de tipos de taxa de juros, você já conseguiu perceber que ela é afetada pela economia. Mas sabia que a taxa de juros também influencia o desempenho econômico do país? 

No cenário geral, quando as taxas de juros estão menores, as pessoas se sentem mais estimuladas a realizar transações, pedir empréstimos, fazer financiamentos etc. E o contrário também ocorre. Portanto, as taxas de juros estão diretamente ligadas à movimentação do consumo e, consequentemente, da economia. 

Porém, falando de forma mais específica, podemos analisar o impacto da taxa básica de juros na economia. Sim, aqui apresentamos diversos tipos de taxas de juros, mas o Brasil possui um “parâmetro” inicial de juros.

É comum que os países estabeleçam sua taxa básica de juros. No nosso, ela é determinada pela taxa Selic. Ela influencia todo o mercado de crédito – assim como os juros praticados por eles – e a economia no geral. 

Como as decisões do Banco Central afetam a taxa de juros?

Essa característica da Selic está diretamente relacionada ao fato do seu percentual ser determinado periodicamente por uma instituição pública: o Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM).

Sendo a taxa básica de juros e influenciando diretamente no desempenho do país, a Selic é usada como um instrumento para tentar controlar a economia e o que está relacionado a ela: bancos, consumidores, lojas, inflação etc. 

Uma alta na Selic pode levar a uma alta nas taxas de juros praticadas em empréstimos e financiamentos. Diminuindo o dinheiro circulando na economia, é esperado uma diminuição no consumo e na inflação. Por outro lado, ela também costuma tornar interessantes investimentos atrelados à Selic ou outros índices de inflação.

Como a decisão do aumento ou baixa da Selic está nas mãos do COPOM, o controle da taxa é um dos motivos para as ações do Banco Central afetarem as taxas de juros do mercado de crédito e investimentos como um todo. 

Por mais que a Selic não seja tida como o índice atrelado aos juros de determinada transação financeira, ela ainda terá influência na taxa praticada, pois é o parâmetro do mercado. 

Quais são os fatores que influenciam a taxa de juros?

Dessa forma, a Selic e as decisões do Banco Central afetam as taxas de juros praticadas quando você toma crédito ou faz um investimento. Porém existem outros fatores que influenciam o cálculo da taxa de juros, especialmente quando falamos de produtos de crédito. 

Um dos principais quando falamos de empréstimos e financiamentos é: o perfil financeiro de quem solicita o crédito. 

Como a taxa de juros é calculada?

Acima, já vimos alguns exemplos de como calcular a taxa de juros. Porém não existe uma fórmula de cálculo exata quando falamos do que influencia o percentual de juros que será cobrado de você em uma transação de crédito. 

É por isso que os juros cobrados por uma instituição financeira em um empréstimo ou financiamento variam de cliente para cliente, sendo a análise financeira uma etapa fundamental para calcular a taxa. 

Para determinar a taxa de juros para o seu perfil, a instituição financeira vai analisar fatores como:

  • renda;
  • status do CPF;
  • empréstimos e financiamentos em andamento;
  • score de crédito;
  • garantias atreladas. 

Esses pontos ajudam a instituição a determinar o risco de inadimplência envolvido na transação. Esse risco terá um grande peso no cálculo da taxa de juros do empréstimo ou financiamento.

Quer saber mais sobre o assunto? Leia nosso artigo e descubra quais são as taxas de juros de um empréstimo

Qual é a importância de comparar as taxas de juros oferecidas por diferentes instituições financeiras?

Ainda que o seu perfil seja um fator que influencia a taxa de juros, as condições para a mesma oferta de crédito podem variar de instituição para instituição. Isso porque cada uma delas tem sua metodologia para calcular a taxa de juros

Portanto, pesquisar diferentes oportunidades é fundamental para conhecer e comparar as taxas de juros, escolhendo o melhor empréstimo ou financiamento para o seu caso. 

Ao fazer essa comparação, você estará analisando não apenas qual percentual é maior ou menor, mas o tipo de juros que incide nas parcelas, a forma de amortização da dívida e a evolução dos juros no saldo devedor conforme duração do prazo de pagamento.

No caso de investimentos, essa comparação é essencial no estudo de um ativo financeiro. Afinal, o rendimento é o objetivo principal do investidor. Uma instituição que oferece taxa de juros atrativa pode não ser a melhor escolha ao analisar as cobranças e descontos envolvidos.

Especialmente em investimentos de renda fixa, é fundamental avaliar os descontos que incidem no rendimento para além da taxa de juros nominal

Como escolher a melhor opção de financiamento imobiliário considerando a taxa de juros?

Voltando à relação entre juros e mercado de crédito, fazer a comparação das taxas ajuda na escolha, por exemplo, do melhor financiamento imobiliário. Porém, outros fatores também podem ser decisivos nesse momento. 

Um muito importante é quanto do valor do imóvel o financiamento vai cobrir. Nessas operações, existe sempre um valor mínimo de entrada. Porém, não são todos os bancos que financiam integralmente o valor restante do imóvel. Avalie também a possibilidade de utilizar o FGTS para dar a entrada ou abater o saldo devedor do financiamento.

A taxa de juros é sempre citada ao comparar financiamentos imobiliários, mas você deve considerar também o Custo Efetivo Total (CET) de cada proposta. É ele que vai indicar qual será, de fato, o valor da sua dívida. O CET, além da taxa de juros, traz também todas as demais taxas envolvidas na transação. Ou seja, nem sempre uma proposta com juros menores terá um CET menor comparado a uma proposta com juros maiores. 

A forma de amortização do saldo devedor também pode influenciar decisões e até mesmo indicar que a melhor escolha é uma taxa de juros maior. Parcelas fixas, crescentes e decrescentes impactam diretamente na quantidade de juros que você vai pagar ao final do financiamento.

Por fim, avalie a reputação da instituição e a forma como ela se relaciona com os seus clientes. 

É possível negociar a taxa de juros no financiamento imobiliário?

Ainda que a negociação da taxa de juros seja algo incomum no momento do pré-contrato, a renegociação da dívida é uma possibilidade em financiamentos imobiliários. Isso acontece principalmente quando há uma queda na taxa de juros básica após a contratação do crédito. 

A primeira forma de negociar a taxa de juros é tentar conversar com o seu banco e verificar as condições considerando o momento atual. O adiantamento de parcelas também pode influenciar nesse caso. 

A segunda forma de diminuir os juros é optar pela portabilidade do financiamento imobiliário, que consiste, basicamente, na transferência da sua dívida para uma outra instituição com taxas melhores. 

Ficou interessado? Leia nosso artigo para conhecer mais sobre essa possibilidade e avalie se vale a pena fazer portabilidade de financiamento imobiliário

Conclusão

A taxa de juros é o dinheiro pago além do saldo devedor e também a rentabilidade de um investimento. Pense nela como o aluguel recebido por “emprestar”/investir seu dinheiro com instituições financeiras. Ou como o aluguel pago a uma pessoa que permitiu que você utilizasse o dinheiro dela. 

Os diferentes tipos de taxa de juros influenciam, portanto, a vida de quem toma crédito e de quem faz investimentos. Ela também tem impacto direto na economia, que, por sua vez, pode fazer com que os juros praticados no mercado oscilem. 

Quer seguir estudando sobre a relação da taxa de juros com a sua vida financeira? Acesse outros conteúdos do blog da CashMe. Se o seu interesse está no quanto os juros vão influenciar a aquisição do seu imóvel, leia mais sobre o nosso financiamento imobiliário. Seja com serviços ou conteúdos, a CashMe está aqui para impulsionar sua vida financeira.

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