Quando você vai ao banco pedir um empréstimo, já reparou como a taxa cobrada parece muito maior do que aquela oferecida quando você investe em um CDB? Essa diferença não aparece por acaso. Ela tem nome e sobrenome: spread bancário. E entender esse conceito pode fazer toda a diferença na hora de tomar decisões sobre crédito e investimentos.
O spread bancário representa quanto o banco ganha ao intermediar dinheiro entre quem tem recursos sobrando e quem precisa deles. Funciona assim: o banco capta recursos de investidores pagando uma determinada taxa de juros. Depois, empresta esse mesmo dinheiro a outras pessoas e empresas cobrando uma taxa bem mais alta. A diferença entre essas duas taxas é o spread.
Vamos a um exemplo prático. Imagine que um banco paga 12% ao ano para quem investe em CDB. Esse mesmo banco empresta dinheiro por meio de crédito pessoal a 36% ao ano. A diferença de 24 pontos percentuais representa o spread bancário dessa operação específica. Mas atenção: esse spread não é lucro puro do banco. Dentro dele, estão embutidos custos operacionais, provisões para inadimplência, tributos e a margem de lucro da instituição.
Compreender o spread bancário permite que você compare diferentes ofertas de crédito de forma mais inteligente. Um banco pode oferecer uma taxa aparentemente baixa, mas se o spread dele for alto em relação ao mercado, talvez existam custos ocultos. Para o investidor, conhecer o spread também ajuda a avaliar a rentabilidade real das aplicações em renda fixa e a entender por que determinados produtos pagam mais ou menos.
Entendendo o conceito de spread bancário
O spread bancário funciona como o combustível que mantém as instituições financeiras em operação. Quando você deposita dinheiro em um CDB, está emprestando recursos ao banco. Em troca, recebe uma remuneração. Paralelamente, o banco empresta esse dinheiro captado a outras pessoas e empresas, cobrando juros mais elevados. A diferença entre o que o banco paga e o que cobra é o spread.
Para ficar ainda mais claro, pense no banco como um intermediário. Ele conecta quem tem dinheiro parado com quem precisa de recursos. Mas esse serviço de intermediação tem um preço. O banco precisa cobrir seus custos com funcionários, agências, tecnologia e sistemas de segurança. Precisa também se proteger contra o risco de calote, já que nem todos os empréstimos são pagos. E, claro, busca obter lucro com essa operação.
Outro ponto importante: o spread varia bastante entre diferentes tipos de operação. O cartão de crédito rotativo, por exemplo, tem um dos maiores spreads do mercado, podendo ultrapassar 300 pontos percentuais. Já o crédito consignado apresenta spreads bem menores, muitas vezes abaixo de 10 pontos percentuais, por conta da garantia mais forte que oferece.
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Como o spread bancário é calculado
O cálculo do spread bancário parte de uma fórmula básica: a diferença entre a taxa de empréstimo e a taxa de captação. Em termos simples, você subtrai quanto o banco paga para captar recursos de quanto ele cobra ao emprestar. O resultado representa o spread em pontos percentuais.
A taxa de captação reflete o custo que o banco tem para obter dinheiro. Esse custo pode vir de depósitos a prazo, como CDBs, ou de captações no mercado interbancário. Em geral, essa taxa acompanha de perto a taxa Selic, que funciona como referência para todas as operações de crédito no país. Quando a Selic está em 11% ao ano, por exemplo, os bancos precisam oferecer taxas próximas ou superiores a esse patamar para atrair investidores.
Já a taxa de empréstimo é aquela cobrada dos clientes que tomam crédito. Essa taxa varia enormemente conforme o tipo de operação e o perfil do cliente. Um empréstimo consignado para um aposentado pode ter taxa de 20% ao ano, enquanto um crédito pessoal sem garantia pode chegar a 60% ao ano ou mais. A diferença ocorre por causa do risco percebido pelo banco.
Quando falamos em diferença em pontos percentuais, estamos nos referindo à subtração direta entre as taxas. Se o banco capta a 10% e empresta a 30%, o spread é de 20 pontos percentuais. Mas existe também o spread em termos relativos, que mostra quanto a taxa de empréstimo representa em relação à taxa de captação. Nesse mesmo exemplo, a taxa de empréstimo seria 200% maior que a de captação.
Na prática, cada tipo de empréstimo tem seu próprio spread característico. O crédito imobiliário, por exemplo, costuma ter spreads menores por causa do prazo longo e da garantia do imóvel. Um financiamento habitacional pode ter spread de 5 a 8 pontos percentuais. Já o cheque especial apresenta spreads altíssimos, frequentemente acima de 100 pontos percentuais, refletindo o risco elevado e a ausência de garantias.
Para empresas, o cenário também varia. Uma linha de capital de giro para uma pequena empresa pode ter spread de 15 a 25 pontos percentuais. Já uma grande corporação com bom histórico de crédito pode conseguir spreads abaixo de 5 pontos percentuais em operações estruturadas.
Exemplo passo a passo de cálculo
Vamos montar um exemplo detalhado para entender como o spread se forma na prática. Imagine um banco que capta R$ 100 mil de investidores por meio de CDBs, pagando uma taxa de 11% ao ano. Ao final de um ano, o banco precisará devolver R$ 111 mil aos investidores.
Esse mesmo banco empresta esses R$ 100 mil a um cliente por meio de crédito pessoal, cobrando 36% ao ano. Ao final do período, o cliente deverá pagar R$ 136 mil. Nessa operação, o banco teria uma receita bruta de R$ 36 mil e um custo de captação de R$ 11 mil. A diferença de R$ 25 mil representa a margem bruta da operação, correspondente a um spread de 25 pontos percentuais.
Mas essa margem de R$ 25 mil não é lucro líquido. Desse valor, o banco precisa descontar diversos custos. Primeiro, os custos administrativos: salários de funcionários, manutenção de agências, sistemas de tecnologia e atendimento ao cliente. Estudos indicam que as despesas administrativas podem consumir entre 20% e 25% do spread em instituições brasileiras.
Depois vêm os tributos. O setor financeiro recolhe IOF sobre operações de crédito, além de PIS, Cofins, Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. Segundo a Febraban, a carga tributária pode representar mais de 20% da composição do spread bancário. No nosso exemplo, isso significaria cerca de R$ 5 mil apenas em impostos.
Há ainda a inadimplência. Nem todos os empréstimos são pagos integralmente. Se o banco empresta para 100 clientes e 5 não pagam, precisa provisionar perdas para cobrir esse risco. A inadimplência é o componente de maior peso no spread, representando cerca de 37% segundo decomposições do Banco Central. No exemplo, isso equivaleria a aproximadamente R$ 9 mil.
Outro fator que distorce o spread efetivo são os custos adicionais repassados ao cliente. Seguros obrigatórios, taxas de cadastro e tarifas de manutenção aumentam o custo efetivo total da operação, mas nem sempre aparecem no cálculo básico do spread. Por isso, o Custo Efetivo Total (CET) costuma ser bastante superior à taxa de juros nominal.
Componentes e fatores que influenciam o spread bancário
O spread bancário não surge de uma única fonte. Ele resulta da soma de diversos componentes, cada um com seu peso específico. O primeiro e mais relevante é o risco de inadimplência. Os bancos brasileiros enfrentam taxas de calote relativamente altas se comparadas a países desenvolvidos. Para se proteger, embutem nas taxas de juros uma margem de segurança que cubra as perdas esperadas com clientes que não pagam.
A carga tributária também pesa bastante. O setor financeiro é um dos mais tributados do país. Sobre as operações de crédito incidem diversos impostos: IOF nas operações de empréstimo, PIS e Cofins sobre as receitas, além de Imposto de Renda e CSLL sobre os lucros. Esses tributos são repassados ao custo do crédito, aumentando o spread final cobrado dos clientes.
Os custos administrativos representam outra fatia significativa. Manter agências físicas, investir em tecnologia, treinar funcionários e oferecer atendimento custa caro. Bancos digitais conseguem reduzir esses custos por operarem sem agências, mas mesmo assim precisam investir pesadamente em segurança cibernética e desenvolvimento de aplicativos. Esses gastos acabam incorporados ao spread.
O depósito compulsório é uma exigência do Banco Central que obriga os bancos a manterem parte dos recursos captados depositados sem remuneração. Isso reduz o volume de dinheiro disponível para emprestar, aumentando o custo efetivo de captação. Na prática, o compulsório funciona como um tributo indireto que encarece o spread bancário.
O custo de captação varia conforme as condições de mercado. Quando a taxa Selic está elevada, os bancos precisam pagar mais para atrair recursos dos investidores. Isso pressiona o spread para cima, especialmente em operações com taxas prefixadas, onde o banco assume o risco de variação da Selic durante o período do contrato.
Por fim, há a margem de lucro das instituições financeiras. Os bancos brasileiros estão entre os mais lucrativos do mundo, com retorno sobre patrimônio líquido (ROE) frequentemente acima de 20%. Essa rentabilidade elevada reflete tanto as condições favoráveis do mercado quanto a concentração bancária, que limita a concorrência e permite a manutenção de spreads elevados.
A competição entre bancos influencia diretamente o spread. Em mercados mais competitivos, os bancos são forçados a reduzir suas margens para atrair clientes. No Brasil, a concentração em poucos grandes bancos limita essa pressão competitiva. O ambiente econômico também conta: em períodos de instabilidade, os bancos aumentam os spreads para se proteger contra riscos maiores de inadimplência.
Diferença entre taxa de captação e taxa de empréstimo
A taxa de captação representa o custo que o banco tem para obter recursos no mercado. Quando você investe em um CDB, por exemplo, está emprestando dinheiro ao banco, que se compromete a devolver o valor com juros. Essa taxa que o banco paga a você é a taxa de captação. Ela funciona como o “preço de compra” do dinheiro para o banco.
Os bancos captam recursos de diversas formas. Os depósitos a prazo, como CDBs, LCIs e LCAs, são as fontes mais comuns para bancos de varejo. Há também captações no mercado interbancário, onde os bancos emprestam dinheiro entre si, e emissões de títulos de dívida para investidores institucionais. Cada uma dessas formas tem um custo específico, mas todas orbitam em torno da taxa Selic, que serve como referência básica para o mercado.
A taxa de empréstimo é o que o banco cobra dos clientes ao conceder crédito. Ela varia enormemente conforme o tipo de operação, o prazo, as garantias oferecidas e o perfil de risco do cliente. Um empréstimo consignado, com desconto direto em folha de pagamento, tem taxas muito menores que um crédito pessoal sem garantias. A diferença reflete o risco percebido pelo banco.
Essa diferença entre captação e empréstimo é o núcleo do spread bancário. Ela precisa ser grande o suficiente para cobrir todos os custos operacionais, provisões para inadimplência, tributos e ainda gerar lucro para os acionistas.
Panorama e evidências empíricas: dados e relatórios
O Banco Central é a principal fonte de dados sobre o spread bancário no Brasil. A instituição publica mensalmente as estatísticas monetárias e de crédito, trazendo informações detalhadas sobre taxas de juros, volumes de crédito e decomposição do spread. O Relatório de Economia Bancária, divulgado anualmente, oferece análises aprofundadas sobre os componentes do spread e a evolução do mercado de crédito.
O principal indicador usado pelo Banco Central é o Indicador de Custo de Crédito (ICC), que mede o custo médio das operações de crédito sob a ótica do tomador. Diferentemente de estatísticas que consideram apenas novas concessões, o ICC incorpora também contratos vigentes, dando uma visão mais completa do custo efetivo do crédito na economia. A decomposição do ICC mostra como cada componente contribui para o custo final.
As metodologias de cálculo podem variar entre estudos, gerando números ligeiramente diferentes. Alguns trabalhos focam apenas no crédito livre, onde os bancos têm autonomia para definir taxas. Outros incluem também o crédito direcionado, subsidiado por recursos do BNDES ou da poupança. Comparações internacionais também usam metodologias diversas, o que exige cuidado ao interpretar diferenças entre países.
As séries históricas estão disponíveis no site do Banco Central, na seção de estatísticas econômicas. Você pode acessar dados desde o início da série do ICC, em 2011, e acompanhar a evolução do spread ao longo dos ciclos econômicos. Os relatórios também trazem comparativos internacionais, mostrando como o Brasil se posiciona em relação a outros países emergentes e desenvolvidos.
Associações como a Febraban e institutos de pesquisa econômica, como o Ipea e a FGV, também produzem estudos sobre o spread bancário. Essas análises frequentemente trazem perspectivas complementares, discutindo os determinantes econômicos e institucionais do spread e propondo medidas para sua redução. O Banco Mundial e o FMI também publicam periodicamente comparações globais que incluem o Brasil.
Os números mais recentes indicam uma tendência de leve redução do spread, mas ainda em patamares elevados. Em 2024, o spread médio ficou em 17,8 pontos percentuais, uma queda de 1,7 ponto em relação ao ano anterior. No crédito livre, que representa a maior parte das operações, o spread continua acima de 13 pontos percentuais. Esses dados sugerem que, apesar de avanços pontuais, o spread brasileiro permanece entre os mais altos do mundo.
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Tipos de spread e suas aplicações
O termo spread aparece em diversos contextos no mercado financeiro, cada um com seu significado específico. No contexto bancário, representa a diferença entre taxas de captação e empréstimo. Mas o conceito se estende a outras operações. No mercado de câmbio, o spread mede o ganho do intermediário na conversão de moedas. Na bolsa de valores, representa a diferença entre preços de compra e venda de ações.
Em operações de crédito, o spread de crédito mede o prêmio de risco que investidores exigem para comprar títulos de empresas em vez de títulos públicos. Se um título do governo rende 10% ao ano e um título corporativo rende 13%, o spread de crédito é de 3 pontos percentuais. Esse spread compensa o risco de a empresa não honrar seus compromissos.
No câmbio, o spread representa a margem cobrada pelas casas de câmbio e bancos nas conversões de moeda. A taxa interbancária, negociada entre grandes instituições, serve como referência. A taxa cobrada do cliente final é sempre maior, e essa diferença é o spread cambial. Ele varia conforme o volume da operação e a negociação individual.
Para consumidores e investidores, entender os diferentes tipos de spread ajuda a avaliar custos e oportunidades. Um spread alto no câmbio pode significar que você está pagando caro pela conversão. Um spread elevado na bolsa indica baixa liquidez do ativo. Um spread de crédito amplo sinaliza maior risco percebido pelo mercado.
Spread na bolsa de valores
Na bolsa de valores, o spread representa a diferença entre o preço de compra (bid) e o preço de venda (ask) de uma ação. O bid é o maior preço que alguém está disposto a pagar pelo papel. O ask é o menor preço pelo qual alguém está disposto a vender. A diferença entre esses dois preços é o spread do mercado.
Spreads menores indicam maior liquidez. Quando muitos investidores estão comprando e vendendo determinada ação, os preços de compra e venda ficam próximos, resultando em spreads estreitos. Isso significa que você consegue comprar ou vender rapidamente, pagando custos de transação baixos. Ações de grandes empresas, como Petrobras ou Vale, costumam ter spreads muito pequenos.
Já spreads maiores sinalizam menor liquidez e maiores custos de transação. Ações de empresas menores ou menos negociadas apresentam diferenças maiores entre bid e ask. Isso ocorre porque há menos compradores e vendedores interessados no papel, dificultando a formação de preço. Investir em ações com spread alto pode significar perder dinheiro já na entrada da operação.
O comportamento do spread também revela informações sobre o mercado. Um aumento súbito no spread pode indicar volatilidade ou falta de interesse dos investidores. Durante períodos de turbulência, os spreads tendem a se ampliar, refletindo a incerteza e o receio dos participantes em assumir posições. Observar o spread ajuda a avaliar o momento certo para entrar ou sair de uma posição.
Spread em transferências internacionais e operações de câmbio
Em transferências internacionais e operações de câmbio, o spread representa o ganho do intermediário entre a taxa de câmbio real e a cobrada do cliente. A taxa interbancária, negociada entre grandes bancos, serve como referência de mercado. Porém, quando você vai a uma casa de câmbio ou banco para trocar moedas, a taxa oferecida é sempre menos favorável.
A formação do spread cambial inclui vários componentes. Primeiro, a margem de lucro da instituição que realiza a operação. Segundo, os custos operacionais envolvidos na transação, como sistemas de pagamento internacional e manutenção de contas em moeda estrangeira. Terceiro, o risco cambial, já que a moeda pode se valorizar ou desvalorizar entre a compra e a venda.
As variações cambiais adicionam outro elemento de custo. O câmbio oscila constantemente durante o dia. Instituições financeiras precisam se proteger contra movimentos adversos, e essa proteção tem um custo que acaba embutido no spread. Em períodos de maior volatilidade, os spreads tendem a aumentar, refletindo o risco ampliado.
Para reduzir o custo do spread cambial, compare diferentes provedores de serviço. Casas de câmbio especializadas frequentemente oferecem spreads menores que bancos tradicionais. Plataformas digitais de transferência internacional também costumam ter taxas mais competitivas. Observar a taxa interbancária do momento e comparar com a oferecida ajuda a identificar quem está cobrando menos.
Volumes maiores geralmente permitem negociar spreads menores. Se você precisa converter quantias significativas, vale a pena conversar diretamente com o gerente e buscar condições especiais. Empresas que fazem operações recorrentes de câmbio podem negociar contratos com spreads reduzidos em troca do volume garantido.
Impacto do spread na vida financeira de pessoas e empresas
O spread bancário afeta diretamente o bolso de quem usa crédito. Para famílias, significa juros mais altos em cartões de crédito, financiamentos de veículos e empréstimos pessoais. Um spread elevado pode transformar uma dívida pequena em uma bola de neve. O cartão de crédito rotativo, por exemplo, tem spreads que ultrapassam 300 pontos percentuais, fazendo com que dívidas de alguns milhares de reais se multipliquem rapidamente.
O financiamento de imóveis também sofre o impacto do spread. Embora as taxas sejam menores por causa das garantias envolvidas, o prazo longo faz com que pequenas diferenças no spread representem milhares de reais ao longo do contrato. Uma redução de apenas 1 ponto percentual na taxa de um financiamento de 30 anos pode significar economia de dezenas de milhares de reais.
Para empresas, o spread alto encarece o capital de giro e limita investimentos. Uma pequena empresa que precisa de crédito para comprar estoque ou pagar fornecedores enfrenta taxas elevadas, comprometendo sua margem de lucro. Muitas vezes, o custo do crédito é tão alto que inviabiliza projetos de expansão ou modernização. Isso prejudica a competitividade e limita o crescimento econômico.
A sazonalidade do negócio também sofre com spreads elevados. Empresas que vendem mais em determinadas épocas do ano precisam de crédito para atravessar períodos de menor faturamento. Se o spread for muito alto, o custo de se financiar nesses momentos pode consumir boa parte do lucro obtido na alta temporada. Isso torna o planejamento financeiro mais difícil e arriscado.
No orçamento familiar, o spread alto significa menos poder de compra. Quando o crédito é caro, as pessoas adiam consumo e investimentos. Comprar um carro, fazer uma reforma, investir em educação ou realizar uma viagem ficam mais distantes. O acesso restrito ao crédito barato concentra oportunidades nas mãos de quem já tem recursos próprios, ampliando desigualdades.
A educação financeira se torna fundamental nesse contexto. Entender como o spread funciona e comparar ofertas permite tomar decisões mais conscientes. Saber calcular o custo efetivo total de um empréstimo, considerar alternativas como empréstimo com garantia de imóvel, que tem spreads muito menores, e evitar armadilhas como o rotativo do cartão pode fazer enorme diferença no equilíbrio financeiro.
Como reduzir o impacto do spread na prática
Comparar ofertas de diferentes instituições é o primeiro passo para reduzir o custo do crédito. Bancos tradicionais, cooperativas de crédito, fintechs e bancos digitais podem ter spreads bastante diferentes para o mesmo tipo de operação. Dedicar tempo para pesquisar e comparar taxas pode resultar em economia significativa. Use os sites de comparação de crédito e as ferramentas do Banco Central para avaliar as melhores opções.
Negociar taxas diretamente com o gerente do banco também funciona. Clientes com bom histórico de crédito, relacionamento longo com a instituição ou que concentram várias operações no mesmo banco têm poder de barganha. Não aceite a primeira proposta sem questionar. Pergunte se existem condições especiais, pacotes de serviços que reduzam a taxa ou programas de fidelidade que ofereçam benefícios.
Usar garantias reais reduz drasticamente o spread. Um empréstimo com garantia de imóvel, como o Home Equity oferecido pela CashMe, pode ter taxas até 12 vezes menores que um empréstimo pessoal sem garantia. A CashMe, por exemplo, oferece prazos de até 240 meses e permite liberar até 60% do valor do imóvel. Essa modalidade é ideal para consolidar dívidas caras, investir em negócios ou realizar grandes projetos.
Optar por linhas de crédito subsidiadas também ajuda. O BNDES oferece linhas para empresas com taxas abaixo do mercado. Programas como o Pronampe, voltado para micro e pequenas empresas, têm spreads controlados e condições facilitadas. Para agricultura, o crédito rural tem taxas subsidiadas pelo governo. Pesquisar essas alternativas pode resultar em economia substancial.
Entender o Custo Efetivo Total (CET) é crucial. A taxa de juros nominal não conta toda a história. O CET inclui todas as tarifas, seguros obrigatórios e outros custos da operação. Muitas vezes, um banco oferece taxa aparentemente baixa, mas cobra tarifas altas que aumentam o custo total. Sempre compare o CET, não apenas a taxa de juros anunciada.
A portabilidade de crédito permite transferir sua dívida para um banco que oferece condições melhores. Se você tem um financiamento ou empréstimo com taxa alta, pesquise se outro banco aceita assumir sua dívida com spread menor. O processo é regulamentado pelo Banco Central e não pode gerar custos adicionais para você. Usar a portabilidade pode reduzir significativamente o valor das parcelas.
Ser proativo nas decisões financeiras faz toda a diferença. Em vez de aceitar passivamente as condições oferecidas, questione, pesquise, negocie. O conhecimento sobre como funciona o spread bancário é uma ferramenta poderosa para economizar dinheiro e tomar decisões mais inteligentes sobre crédito.
Ferramentas e calculadoras: colocando o conceito em prática
Transformar o conceito teórico de spread em uma ferramenta prática de análise ajuda muito na hora de tomar decisões financeiras. Uma calculadora de spread bancário permite que você insira a taxa de captação (geralmente próxima à Selic) e a taxa de empréstimo oferecida pelo banco, visualizando instantaneamente a diferença. Essa visualização torna o conceito mais tangível e facilita comparações entre diferentes produtos.
Uma planilha de comparação de crédito pode incluir colunas para taxa de juros, prazo, valor das parcelas, custo efetivo total e spread estimado. Ao preencher esses dados para diferentes ofertas, você consegue ver lado a lado qual instituição oferece as melhores condições. Isso evita que você tome decisões baseadas apenas na taxa de juros nominal, ignorando custos ocultos que aumentam o desembolso total.
Colocar a teoria em prática ajuda na compreensão do conceito de forma muito mais efetiva que apenas ler sobre o assunto. Quando você calcula o spread de uma proposta real que recebeu, entende exatamente quanto o banco está cobrando além do custo básico de captação. Isso dá uma perspectiva mais clara sobre se a oferta é razoável ou se vale a pena buscar alternativas.
Esse tipo de ferramenta serve tanto para pessoas físicas quanto para empresas. Uma família pode usar a calculadora para avaliar qual banco oferece o melhor financiamento imobiliário. Uma pequena empresa pode comparar linhas de capital de giro de diferentes instituições. Investidores podem usar o conceito para avaliar a rentabilidade real de produtos de renda fixa, descontando o spread do banco.
O Banco Central disponibiliza diversas ferramentas online que ajudam nessa análise. O Calculadora do Cidadão permite simular empréstimos e financiamentos. A página de taxas de juros traz médias de mercado atualizadas para cada tipo de operação. O Registrato mostra seu histórico de crédito e permite identificar operações ativas. Usar essas ferramentas oficiais garante que você está trabalhando com informações confiáveis.
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Perguntas frequentes sobre spread bancário
Spread é o lucro do banco?
Não exatamente. O spread bancário é a diferença entre a taxa que o banco cobra nos empréstimos e a taxa que paga para captar recursos. Dentro desse spread estão embutidos diversos custos: despesas administrativas, provisões para inadimplência, tributos e a margem de lucro. Segundo decomposições do Banco Central, o lucro representa apenas uma parte do spread total, geralmente entre 25% e 30%. O restante cobre os custos operacionais e riscos da atividade bancária.
Spread e CET são a mesma coisa?
Não. O spread bancário mede a diferença entre taxas de captação e empréstimo. Já o Custo Efetivo Total (CET) representa todos os custos da operação sob a perspectiva do cliente, incluindo taxa de juros, tarifas, seguros obrigatórios, impostos e qualquer outro encargo. O CET é sempre maior que a taxa de juros nominal e oferece uma visão mais completa do quanto você realmente pagará pelo crédito. Sempre compare ofertas pelo CET, não apenas pela taxa de juros.
Como comparar spreads entre bancos?
Para comparar spreads entre instituições, você precisa considerar operações similares. Pegue a taxa Selic atual como referência de captação e subtraia das taxas de empréstimo oferecidas por cada banco para o mesmo produto. Por exemplo, se a Selic está em 11% e o Banco A cobra 30% em crédito pessoal enquanto o Banco B cobra 25%, os spreads são de 19 e 14 pontos percentuais respectivamente. Mas lembre-se de considerar também o CET, que inclui custos adicionais além dos juros.
Existe spread em investimentos?
Sim, mas com significado diferente. Em investimentos de renda fixa, o spread representa a diferença entre o que o título paga e uma taxa de referência, geralmente o CDI ou a taxa Selic. Um CDB que paga “100% do CDI” tem spread zero em relação ao CDI. Um que paga “120% do CDI” oferece um spread positivo. Já em ações e câmbio, o spread é a diferença entre preço de compra e venda. Quanto menor o spread, menor o custo de transação e maior a liquidez do ativo.
