Como abrir um negócio: 10 maneiras para obter capital

Abrir um negócio é um processo que envolve planejamento, burocracia e, claro, investimento. Com a orientação correta, as chances de criar um negócio próspero elevam consideravelmente. 

O que é necessário para começar um negócio? 

Essencialmente, as etapas para começar um negócio são: 

• Ideia de negócio sólida: uma ideia clara e bem definida, que atenda a uma necessidade do mercado ou resolva um problema. 

• Plano de negócios: um documento detalhado que descreve seus objetivos, estratégias, análises de mercado, projeções financeiras e como você pretende alcançar o sucesso. 

• Capital: recursos financeiros para cobrir custos iniciais (registro, equipamentos, aluguel, estoque) e despesas operacionais até que o negócio comece a gerar lucro. 

• Conhecimento e habilidades: você ou sua equipe devem ter o conhecimento e as habilidades necessárias para gerenciar o negócio, produzir o produto/serviço e lidar com clientes. 

• Pesquisa de mercado: entender seu público-alvo, concorrência e tendências do setor é crucial para tomar decisões informadas. 

• Localização (se aplicável): a escolha do local físico pode ser vital dependendo do tipo de negócio. 

• Estrutura legal: definir o tipo jurídico da sua empresa (MEI, LTDA, EIRELI, etc.). 

• Licenças e permissões: obter todas as licenças e alvarás necessários para operar legalmente. 

• Equipe (se aplicável): contratar e treinar funcionários qualificados. 

• Fornecedores e parceiros: estabelecer relações com fornecedores de matéria-prima, serviços, etc. 

• Marketing e vendas: planejar como você vai divulgar seu produto/serviço e atrair clientes. 

Quanto custa abrir uma empresa? 

O custo para abrir uma empresa no Brasil varia significativamente dependendo de diversos fatores: 

Tipo Jurídico: 

• MEI (Microempreendedor Individual): é o mais barato, pois não há taxas de registro. Você paga apenas o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional) mensal, que inclui INSS, ICMS/ISS. 

• LTDA, EIRELI, Sociedade Anônima: envolvem custos com taxas de registro na Junta Comercial, honorários de contador, alvarás, licenças, etc., que podem variar de algumas centenas a milhares de reais. 

Localização: taxas de alvará e licenças podem variar entre municípios e estados. 

Atividade da empresa: certos setores podem exigir licenças e certificações mais caras (ex: área da saúde, alimentos). 

Honorários contábeis: é altamente recomendável ter um contador para auxiliar no processo, e os honorários variam. 

Capital social mínimo: para alguns tipos de empresa (como a EIRELI), há um capital social mínimo exigido. 

Estimativas gerais: 

• MEI: Custo inicial praticamente zero, apenas o DAS mensal. 

• Outros tipos de empresa: Os custos iniciais podem variar de R$ 500 a R$ 5.000 ou mais, dependendo da complexidade e das taxas locais. 

Além dos custos de abertura, considere os custos operacionais iniciais: 

• Aluguel e reformas do ponto comercial (se houver); 

• Compra de equipamentos e mobiliário; 

• Estoque inicial; 

• Marketing e publicidade; 

• Capital de giro para os primeiros meses de operação. 

Quais os documentos necessários para abrir uma empresa? 

Os documentos variam conforme o tipo de empresa, mas alguns são comuns: 

Para o(s) sócio(s): 

• RG e CPF; 

• Comprovante de endereço; 

• Título de eleitor (às vezes solicitado para cadastro); 

• Certidão de casamento (se aplicável); 

• Declaração de Imposto de Renda (se solicitado, para comprovação de renda ou patrimônio). 

Para a empresa: 

• Contrato Social (para LTDA, SA) ou requerimento de empresário (para Empresário Individual) ou CCMEI (para MEI): documento fundamental que define a estrutura da empresa. 

• Cópia autenticada do RG e CPF dos sócios. 

• Comprovante de endereço da sede da empresa. 

• Cópia do IPTU do imóvel onde será a sede. 

• Certificado digital (e-CPF e e-CNPJ): essencial para a maioria das operações digitais da empresa. 

• Consulta de viabilidade ou pesquisa prévia de local: verificação na prefeitura se o local é adequado para a atividade desejada. 

Documentos específicos dependendo da atividade: 

• Licença sanitária (para alimentos, saúde); 

• Licença ambiental (para atividades com impacto ambiental); 

• Alvará de funcionamento do corpo de bombeiros; 

• Registro em conselhos profissionais (OAB, CREA, CRM, etc.). 

Passo a passo para abrir um negócio 

O processo de abertura de um negócio pode ser complexo, mas geralmente segue os seguintes passos: 

1. Defina sua ideia e faça um plano de negócios: 

Detalhe seu produto/serviço, público-alvo, análise de mercado, estratégia de marketing, estrutura operacional e projeções financeiras. 

2. Pesquisa de mercado e análise de viabilidade: 

Verifique a demanda, concorrência, e a viabilidade da sua ideia no local e mercado escolhidos. 

3. Defina a natureza jurídica: 

Escolha o tipo de empresa que melhor se adapta ao seu negócio (MEI, EI, EIRELI, LTDA, SA). Consulte um contador. 

4. Consulta de viabilidade e nome empresarial: 

Na Junta Comercial do seu estado e/ou na prefeitura, verifique a disponibilidade do nome da empresa e a viabilidade do endereço para a atividade desejada. 

5. Elabore o contrato social (ou requerimento de empresário/CCMEI): 

Documento que formaliza a criação da empresa, definindo sócios, capital social, objeto social, etc. Um contador é fundamental aqui. 

6. Registro na junta comercial: 

Protocolar o contrato social (ou equivalente) na Junta Comercial do seu estado. Aqui você obtém o NIRE (Número de Identificação do Registro de Empresas). 

7. Obtenção do CNPJ (Cadastro nacional da pessoa jurídica): 

Após o registro na Junta, o CNPJ é emitido pela Receita Federal. Esse processo é geralmente automático após o registro na Junta. 

8. Inscrição estadual (IE) e/ou inscrição municipal (IM): 

Inscrição estadual: necessária para empresas que comercializam produtos (ICMS), emitida pela Secretaria da Fazenda do Estado. 

Inscrição municipal: necessária para empresas que prestam serviços (ISS), emitida pela prefeitura. 

9. Alvará de funcionamento: 

Solicitar na prefeitura. Esse alvará autoriza o funcionamento da empresa no local. 

10. Licenças e alvarás específicos: 

Dependendo da atividade, você precisará de licenças do Corpo de Bombeiros, Vigilância Sanitária, Ambiental, etc. 

11. Cadastro na previdência social: 

Para registro de funcionários e pagamento de encargos sociais. 

12. Obtenção do certificado digital: 

Essencial para emissão de notas fiscais eletrônicas e outras operações online. 

13. Início da operação: 

Com tudo regularizado, você pode iniciar suas operações, contratar funcionários, comprar estoque, etc. 

Dica de especialista: o que avaliar antes de abrir uma empresa? 

Antes de se jogar de cabeça no mundo do empreendedorismo, avalie cuidadosamente os seguintes pontos: 

• Sua paixão e habilidades: você realmente gosta do que vai fazer? Tem as habilidades necessárias ou está disposto a aprendê-las? 

• Mercado: existe demanda real para o seu produto/serviço? Quem são seus concorrentes e o que eles fazem de diferente? 

• Seu público-alvo: quem são seus clientes ideais? Quais são suas necessidades, desejos e hábitos de consumo? 

• Análise SWOT pessoal e do negócio: identifique suas Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças (SWOT) tanto em nível pessoal quanto para o negócio. 

• Recursos financeiros: você tem capital suficiente? Considere não apenas os custos iniciais, mas também o capital de giro para os primeiros meses. 

• Riscos envolvidos: quais são os maiores riscos? Como você pode mitigá-los? 

• Modelo de negócio: como sua empresa vai gerar receita? Quais serão os custos fixos e variáveis? 

• Aspectos legais e burocráticos: Você entende as exigências legais para o seu tipo de negócio? Ter um bom contador desde o início é crucial. 

• Tecnologia: que tecnologias você pode usar para otimizar seu negócio, alcançar clientes ou melhorar a eficiência? 

• Rede de contatos (networking): quem pode te ajudar? Mentores, fornecedores, parceiros, outros empreendedores. 

Dica de especialista: quais os negócios mais rentáveis? 

A rentabilidade de um negócio pode mudar com o tempo e depende de diversos fatores, como localização, público-alvo e gestão. No entanto, algumas áreas e modelos de negócio têm se mostrado consistentemente promissores: 

• Tecnologia e serviços digitais: desenvolvimento de softwares, aplicativos, marketing digital, e-commerce, consultoria em TI. A demanda por soluções digitais só cresce. 

• Saúde e bem-estar: academias, estúdios de yoga/pilates, clínicas de estética, produtos naturais, serviços de telemedicina. A busca por qualidade de vida impulsiona esse setor. 

• Alimentação (com inovação): dark kitchens (cozinhas apenas para delivery), alimentos saudáveis, produtos gourmet, food trucks, soluções de alimentação personalizadas. 

• Sustentabilidade e meio ambiente: produtos ecológicos, energias renováveis, consultoria ambiental, reciclagem. Uma tendência forte e crescente. 

• Educação e cursos online: plataformas de EAD, cursos profissionalizantes, idiomas, desenvolvimento de habilidades específicas. O aprendizado contínuo é valorizado. 

• Franquias: oferecem um modelo de negócio testado e com suporte, reduzindo o risco inicial. Há franquias em diversos setores. 

• Serviços para idosos: cuidados domiciliares, lazer adaptado, tecnologia assistiva. O envelhecimento da população cria novas necessidades. 

Importante: A rentabilidade não é sinônimo de “fácil”. Mesmo nos setores mais promissores, o sucesso exige muito planejamento e adaptação, em especial para empreendedores iniciantes. 

Como conseguir capital para abrir um negócio? 

Conseguir o capital inicial é um dos maiores desafios. Aqui estão as principais fontes: 

1. Recursos próprios: 

Economias pessoais, rescisão de contrato de trabalho, venda de bens. É a opção ideal por não ter juros ou dívidas. 

2. Amigos e familiares: 

Empréstimos com condições flexíveis ou investimentos. Cuidado para não misturar finanças pessoais com negócios e manter a relação. 

3. Empréstimos bancários e linhas de crédito: 

Bancos tradicionais: oferecem diversas linhas para empresas (capital de giro, investimento). Exigem histórico de crédito e garantias. 

Bancos de desenvolvimento (BNDES, bancos estaduais): costumam ter taxas mais atrativas e prazos maiores, com foco em fomento. 

Microcrédito: para pequenos empreendedores, com valores menores e condições mais acessíveis. 

4. Investidores anjo: 

Indivíduos que investem seu próprio dinheiro em startups em estágio inicial em troca de participação acionária. Além do dinheiro, trazem experiência e networking. 

5. Capital semente (seed capital): 

Fundos de investimento ou empresas que investem em startups com alto potencial de crescimento em fases muito iniciais. 

6. Venture capital (capital de risco): 

Para empresas com maior potencial de escala, em fases mais avançadas. Os fundos de VC investem grandes somas em troca de participação significativa. 

7. Crowdfunding (financiamento coletivo): 

Plataformas online onde muitas pessoas contribuem com pequenas quantias para financiar um projeto. Pode ser por recompensa, doação ou equity (participação). 

8. Aceleradoras e incubadoras: 

Além de mentorias e estrutura, muitas oferecem um investimento inicial em troca de uma pequena participação. 

9. Subvenções e fomentos governamentais: 

Programas e editais de órgãos governamentais (federal, estadual, municipal) que oferecem recursos não reembolsáveis para projetos específicos (inovação, pesquisa, etc.). 

10. Home Equity (Empréstimo com garantia de imóvel): 

Nesta modalidade, você utiliza um imóvel de sua propriedade (residencial ou comercial, quitado ou financiado) como garantia para obter um empréstimo. Por oferecer uma garantia sólida ao banco, as taxas de juros são significativamente mais baixas que as de empréstimos pessoais ou cartões de crédito, e os prazos de pagamento são mais longos (podendo chegar a 20 anos). 

1. Você pode conseguir um valor correspondente a uma porcentagem do valor avaliado do imóvel (geralmente até 60%). O dinheiro pode ser usado para qualquer finalidade, o que o torna ideal para investir no seu novo negócio, como capital de giro ou para cobrir custos iniciais. 

2. Durante o período do empréstimo, o imóvel fica em alienação fiduciária ao banco, mas você continua usando a propriedade normalmente. É uma excelente opção para quem possui um imóvel e precisa de um grande montante de dinheiro com condições vantajosas. 

Para saber mais sobre o Home Equity, a CashMe oferece conteúdos gratuitos e simulação online personalizada. 

Perguntas frequentes sobre como abrir um negócio 

Preciso ter um contador para abrir minha empresa? 

Sim, é altamente recomendável e, em muitos casos, essencial. Exceto para MEI, onde a burocracia é simplificada, um contador é fundamental para te auxiliar na escolha do tipo jurídico, elaboração de documentos, cálculo de impostos e cumprimento de obrigações fiscais. 

Posso abrir meu negócio em casa (home office)? 

Sim, em muitos casos. Se sua atividade não exige atendimento presencial ao público, estoque significativo ou impacto ambiental/sonoro, é possível registrar o negócio no seu endereço residencial. No entanto, é crucial verificar com a prefeitura se o seu endereço pode ser utilizado para fins comerciais para a atividade específica. 

Quanto tempo leva para abrir uma empresa no Brasil? 

O tempo varia. Para um MEI, pode levar menos de 24 horas. Para outros tipos de empresa, pode variar de 15 a 45 dias ou mais, dependendo da agilidade da Junta Comercial, prefeitura e dos órgãos de licenciamento na sua região. A digitalização dos processos tem facilitado bastante.