Pessoas de pé segurando papéis e um notebook

Como sair das dívidas: um guia completo 

25 nov 2025
24min de leitura

Em maio de 2025, 78,2% das famílias brasileiras relataram ter algum tipo de dívida, segundo dados da Confederação Nacional do Comércio (CNC). Se você faz parte dessa estatística, saiba que não está sozinho e que existe uma saída. Este guia apresenta um passo a passo completo e comprovado para reorganizar suas finanças, negociar suas dívidas e reconquistar sua tranquilidade financeira. As estratégias que você vai aprender aqui já ajudaram milhões de brasileiros a sair do vermelho, e podem funcionar para você também. 

1. Faça um diagnóstico financeiro 

O primeiro passo para sair das dívidas é entender exatamente onde você está. O diagnóstico financeiro funciona como um raio-X da sua situação atual e serve de base para todas as decisões futuras. Sem esse mapeamento, você tentará resolver um problema sem saber a real dimensão dele. 

  1. Liste todas as suas fontes de renda: salário principal, trabalhos extras, aluguéis recebidos, pensões ou qualquer outro valor que entre regularmente na sua conta. Seja realista e considere apenas valores líquidos (o que efetivamente cai na conta). 
  1. Mapeie todas as despesas: separe-as em categorias, como: despesas fixas: aluguel, condomínio, plano de saúde, mensalidades escolares, internet, telefone, transporte regular. Esses são gastos que se repetem mensalmente com valores relativamente estáveis. Despesas variáveis: alimentação, combustível, medicamentos, produtos de limpeza, vestuário. Esses valores oscilam, mas acontecem todo mês. Despesas eventuais: manutenções, presentes, consultas médicas esporádicas. Não são mensais, mas precisam estar no radar. 
  1. Anote as dívidas em aberto: liste cada uma com nome do credor, valor total devido, valor da parcela, taxa de juros aplicada e data de vencimento. 

Para facilitar esse processo, você pode usar planilhas gratuitas disponíveis online ou aplicativos. O importante é ter tudo registrado de forma clara e acessível. Ao final dessa etapa, você terá três números fundamentais: quanto ganha, quanto gasta e quanto deve. A diferença entre receitas e despesas mostra sua capacidade real de pagamento das dívidas. 

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2. Registre seus gastos diariamente 

Estudos mostram que a maioria das pessoas subestima em até 30% seus gastos reais quando tenta lembrar de cabeça o que gastou no mês. O registro diário transforma gastos invisíveis em dados concretos. Aquele cafezinho de R$ 5 todo dia útil representa R$ 100 por mês. O almoço fora de R$ 25 cinco vezes por semana soma R$ 500 mensais. Quando você registra, esses padrões ficam evidentes. 

Organize seus gastos em categorias claras: alimentação (supermercado, restaurantes, lanches), transporte (combustível, Uber, estacionamento), lazer (streaming, cinema, bares), saúde (farmácia, consultas), moradia (contas básicas, manutenção) e outros. 

Ao final do mês, compare o total de cada categoria com sua renda. Especialistas recomendam que gastos com alimentação não ultrapassem 25% da renda, moradia fique em até 30%, e transporte não passe de 15%. Se suas proporções estão muito diferentes disso, você identificou onde precisa cortar. 

Existem três métodos eficazes para esse controle: aplicativos financeiros com lançamentos automáticos por leitura de SMS bancários, planilhas no computador ou celular (gratuitas e personalizáveis), ou o tradicional caderno de anotações (funciona bem para quem prefere o físico). 

O segredo é a constância. Reserve dois minutos ao final de cada dia para registrar tudo. Depois de três semanas, isso se tornará um hábito automático que transformará sua relação com o dinheiro. 

3. Organize suas dívidas 

Crie uma lista completa contendo cada dívida com as seguintes informações: nome da instituição credora, tipo de dívida (cartão de crédito, empréstimo pessoal, financiamento, carnê), valor total devido atualizado, valor da parcela mensal, taxa de juros cobrada, data de vencimento, status (em dia, atrasada, negativada). 

Essa visão panorâmica revela dois aspectos importantes. Primeiro, o montante real do problema. Muitas pessoas têm medo de somar tudo, mas conhecer o número total é libertador porque você para de imaginar que pode ser pior do que realmente é. Segundo, você identifica quais dívidas estão corroendo seu orçamento mais rapidamente. 

Uma pessoa que deve R$ 3.000 no cartão de crédito a 449% ao ano, R$ 5.000 em empréstimo pessoal a 96% ao ano e R$ 15.000 no financiamento do carro a 24% ao ano não deve dar a mesma atenção para todas. A dívida do cartão, apesar de menor, está crescendo exponencialmente mais rápido. 

Organize sua lista da dívida com maior taxa de juros para a menor. Esse será seu guia de prioridade de pagamento. Mantenha esse documento atualizado mensalmente, ajustando valores conforme você vai quitando parcelas ou renegociando condições. 

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4. Priorize dívidas com juros altos 

A matemática financeira é clara: dívidas com juros mais altos custam mais caro no longo prazo e devem ser priorizadas. Essa estratégia é conhecida como método avalanche e comprovadamente economiza mais dinheiro. 

No Brasil de 2025, as taxas de juros variam drasticamente. O rotativo do cartão de crédito pode chegar a 449,9% ao ano, o cheque especial gira em torno de 134,7% ao ano, enquanto o crédito consignado fica entre 15% e 30% ao ano e financiamentos imobiliários com garantia variam de 9% a 12% ao ano. 

Imagine que você tem R$ 1.000 extras para quitar dívidas. Se usar esse valor para abater o saldo do cartão rotativo a 449% ao ano, evitará pagar cerca de R$ 374 de juros mensais. Se usar o mesmo valor no financiamento do carro a 24% ao ano, economizará apenas R$ 20 por mês. A diferença é enorme. 

O método avalanche funciona assim: você mantém o pagamento mínimo de todas as dívidas (para não gerar multas ou negativação), mas direciona qualquer valor extra disponível exclusivamente para a dívida de maior juro. Quando essa estiver quitada, você redireciona todo o valor que pagava nela mais os extras para a segunda dívida de maior juro, e assim sucessivamente. 

Existe uma alternativa chamada método bola de neve, que prioriza quitar primeiro as menores dívidas independente dos juros. Esse método traz vitórias rápidas que motivam psicologicamente, mas custa mais caro no total. Use-o apenas se você realmente precisa de vitórias visuais rápidas para manter a motivação, caso contrário, o método avalanche é financeiramente superior. 

5. Negocie suas dívidas 

Antes de entrar em contato com os credores, prepare-se. Calcule quanto você pode pagar realmente por mês sem comprometer despesas essenciais como alimentação e moradia. Tenha em mãos seus dados de renda e despesas. Pesquise se a empresa está participando de programas de negociação como feirões Limpa Nome. 

Ao contatar o credor, seja honesto sobre sua situação. Explique o motivo do endividamento (perda de emprego, doença, imprevistos) e demonstre intenção real de pagar. Proponha condições realistas: solicite redução de juros, aumento de prazo, desconto para pagamento à vista, ou parcelamento com entrada menor. É fundamental formalizar qualquer acordo por escrito.  

Como participar de feiras de negociação e limpa nome 

Os feirões de negociação são eventos periódicos organizados por entidades como Serasa, SPC Brasil e pela própria Federação Brasileira de Bancos (Febraban), onde empresas oferecem condições especiais para quitar dívidas: descontos maiores que o normal, juros reduzidos, mais prazo para pagar, possibilidade de parcelar sem entrada. 

O Serasa realiza o Feirão Limpa Nome várias vezes ao ano, geralmente online através do site ou aplicativo. Você acessa com seu CPF, visualiza todas as dívidas negativadas, e vê as ofertas de cada credor. Algumas empresas oferecem descontos de até 90% para pagamento à vista. 

Para participar de forma eficaz, primeiro consulte seu CPF no Serasa ou SPC Brasil para ver todas as dívidas registradas. Priorize negativações mais recentes (menos de 5 anos) pois dívidas muito antigas podem prescrever. Verifique se reconhece todas as dívidas listadas (há casos de fraude). Avalie sua capacidade de pagamento e não comprometa mais que 30% da renda mensal com essas negociações. 

Leve documentos básicos: RG, CPF, comprovante de residência e renda. Muitos feirões agora são 100% online, facilitando o acesso. Compare as ofertas. Algumas empresas fazem propostas melhores em determinados feirões. Se a oferta não couber no seu orçamento, não aceite. Negocie diretamente com o credor em outro momento. 

Após fechar o acordo, acompanhe. A baixa da negativação no Serasa ou SPC pode levar até 5 dias úteis após o pagamento da primeira parcela ou quitação. Se passar desse prazo, entre em contato com a empresa e peça o comprovante de quitação. 

6. Encontre fontes de renda extra 

Existem inúmeras possibilidades acessíveis: trabalhos freelancer em sua área de expertise (design, redação, programação, consultoria, aulas particulares podem ser oferecidos por hora), revenda de produtos (cosméticos, roupas, alimentos, artesanato têm baixo investimento inicial), economia colaborativa (alugar quarto no Airbnb, oferecer caronas remuneradas, alugar ferramentas ou equipamentos que você tem parado), venda de itens não utilizados (roupas, eletrônicos, móveis, livros em brechós ou marketplaces), trabalhos manuais ou artesanato (doces por encomenda, customização de roupas, pequenos reparos). 

O mundo digital expandiu as oportunidades. Muitas plataformas conectam prestadores de serviço a clientes: 99Freelas, Workana e GetNinjas para diversos serviços, Udemy e Hotmart para criar e vender cursos online, Mercado Livre, OLX e Facebook Marketplace para vender produtos, iFood e Uber para entregas e transporte. Escolha algo que se encaixe na sua rotina atual sem comprometer seu trabalho principal ou saúde. 

Crie uma regra: 100% da renda extra vai para as dívidas. Não é para melhorar o padrão de vida agora, é para recuperar sua liberdade financeira. Uma pessoa que consegue R$ 600 extras por mês e direciona tudo para a dívida do cartão pode quitá-la em 6 meses em vez de anos pagando apenas o mínimo. 

A renda extra também serve como colchão de segurança. Quando você tem uma fonte adicional de recursos, fica menos vulnerável a imprevistos que poderiam gerar novas dívidas. 

7. Crie metas financeiras claras 

Metas vagas geram resultados vagos. “Quero sair das dívidas” é um desejo, não uma meta. Metas eficazes seguem o método SMART, o qual traduzido, fica: específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e Temporais. 

Em vez de “quitar minhas dívidas”, defina: “Quitar R$ 8.000 da dívida do cartão de crédito em 10 meses, pagando R$ 800 por mês”. Isso é específico (qual dívida), mensurável (R$ 8.000), alcançável (você calculou que consegue pagar R$ 800 mensais), relevante (é a dívida de maior juros) e temporal (10 meses). 

Divida metas grandes em etapas menores. Se você deve R$ 30.000 no total, crie marcos: Mês 1-3 – quitar dívida do cartão de crédito (R$ 8.000), Mês 4-8 – quitar empréstimo pessoal (R$ 12.000), Mês 9-18 – quitar financiamento do carro (R$ 10.000). Cada etapa concluída traz sensação de conquista e motiva para a próxima. 

Documente suas metas e acompanhe o progresso. Crie um gráfico visual mostrando quanto falta para cada objetivo. Muitas pessoas usam termômetros de meta desenhados em cartolina na geladeira, ou planilhas com gráficos no celular. Ver o progresso concretamente mantém você focado nos dias difíceis. 

Comemore conquistas intermediárias de forma consciente. Quitou a primeira dívida? Permita-se um prêmio simbólico de até R$ 50 (um jantar especial em casa, não um restaurante caro). Isso reforça positivamente seu comportamento sem atrapalhar o plano maior. Lembre-se: metas claras transformam intenções em ações concretas. 

8. Utilize aplicativos de controle financeiro 

A tecnologia pode ser sua maior aliada na jornada de organização financeira. Aplicativos especializados automatizam o controle, geram relatórios detalhados e enviam alertas que previnem novos problemas. 

Mobills é um dos mais completos. Permite cadastrar todas as contas, investimentos e dívidas em um só lugar. Lê automaticamente SMS do banco para lançar despesas, categoriza gastos, gera relatórios visuais mensais e alerta sobre vencimentos próximos. A versão gratuita atende bem, mas a premium (cerca de R$ 10 mensais) oferece recursos extras como metas personalizadas e sincronização bancária. 

Organizze funciona de forma similar, com interface intuitiva. Destaque para o recurso de previsão de gastos futuros baseado no seu histórico. Você vê como ficará sua conta no final do mês se mantiver o padrão atual de consumo. 

Minhas Economias é mais simples e direto. Bom para quem está começando e não quer complexidade. Foco em controle de gastos básico com categorias pré-definidas. 

Para escolher o melhor para você, teste dois ou três por uma semana. Veja qual interface é mais intuitiva, qual tem os recursos que você precisa e qual você efetivamente usará diariamente. O melhor aplicativo é aquele que você não abandona depois de um mês. 

Configure alertas estratégicos: vencimento de contas cinco dias antes, quando gastar mais de 50% do orçamento de uma categoria, quando o saldo ficar abaixo de determinado valor. Esses lembretes previnem atrasos e gastos excessivos. Reserve 10 minutos toda domingo para revisar a semana no app e planejar a próxima. Esse hábito simples mantém você no controle. 

9. Evite o uso excessivo do cartão de crédito 

O cartão de crédito é a principal porta de entrada para o endividamento no Brasil. Dos brasileiros endividados em 2025, 83,6% têm dívidas nessa modalidade. O problema não está no cartão em si, mas no uso descontrolado dele. 

O maior risco está no crédito rotativo. Quando você paga apenas o valor mínimo da fatura, o restante entra automaticamente no rotativo a juros de até 449,9% ao ano. Um exemplo real: você tem R$ 2.000 de fatura e paga apenas os R$ 200 mínimos. Os R$ 1.800 restantes começam a ser cobrados a 37% ao mês (média de 2025). No mês seguinte, você já deve R$ 2.466 sem fazer nenhuma compra nova. Em seis meses, se continuar pagando só o mínimo, sua dívida ultrapassará R$ 6.000. 

Para evitar essa armadilha, adote estratégias práticas. Use o cartão apenas para compras planejadas que cabem no orçamento do mês. Pague sempre o valor total da fatura, nunca o mínimo. Se não consegue pagar o total, prefira parcelar a compra (juros menores que o rotativo) ou, melhor ainda, não faça a compra. 

Defina um limite pessoal inferior ao oferecido pelo banco. Se seu limite é R$ 5.000 mas sua renda comporta gastar apenas R$ 1.500, mentalize esse valor como seu limite real. Alguns bancos permitem reduzir o limite oficialmente, o que ajuda no autocontrole. 

Dê preferência ao cartão de débito sempre que possível. A dor de ver o dinheiro saindo imediatamente da conta faz você pensar duas vezes antes de comprar. Estudos comportamentais mostram que pagamos até 30% a mais quando usamos crédito versus débito ou dinheiro, simplesmente porque a dor da perda não é imediata. 

Para compras parceladas, calcule se o valor total cabe no orçamento dos próximos meses. Uma TV de R$ 3.000 em 10x de R$ 300 só é boa se você tem R$ 300 livres por mês pelos próximos 10 meses. Muita gente parcela sem essa análise e acaba acumulando várias parcelas diferentes que somadas estouram o orçamento. 

Tenha apenas um ou dois cartões. Cada cartão adicional é uma tentação extra e um complicador na hora de controlar gastos. Se você tem cinco cartões, pode facilmente perder o controle de quanto está gastando no total. 

10. Adote hábitos saudáveis financeiramente 

Sair das dívidas não é apenas sobre pagar o que você deve, é sobre transformar sua relação com o dinheiro para nunca mais voltar a essa situação. Hábitos saudáveis garantem que sua liberdade financeira seja permanente. 

  • Poupe: mesmo pagando dívidas, reserve ao menos 5% da renda para uma reserva de emergência. Quando esse fundo atingir R$ 3.000 a R$ 5.000, você pode redirecionar tudo para as dívidas, mas mantendo a reserva intacta. Ela evita que você precise fazer novas dívidas quando surgir um imprevisto. 
  • Revise seu orçamento mensalmente: não crie uma planilha e esqueça. Todo início de mês, atualize valores, veja o que funcionou e o que precisa ajustar. Despesas aumentaram? Onde cortar? Sobrou dinheiro? Aumente o pagamento das dívidas. 
  • Consuma de forma consciente: antes de qualquer compra acima de R$ 100, espere 24 horas. Essa pausa simples elimina compras por impulso. Pergunte-se: preciso ou quero? Se for um desejo, ele pode esperar. Diferencia R$ necessário de supérfluo (precisamos de roupa, mas não daquela marca cara específica). 
  • Envolva a família nas decisões financeiras: quando todos entendem a situação e os objetivos, ficam mais colaborativos. Explique para o cônjuge e filhos (em linguagem apropriada à idade) porque vocês estão cortando certas despesas, e celebrem juntos as conquistas. 
  • Desenvolva uma mentalidade de abundância controlada: não se trata de viver miseravelmente, mas de valorizar o que realmente importa. Muitas famílias relatam que o período de pagamento de dívidas, embora desafiador, as aproximou e ensinou lições valiosas sobre prioridades. 
  • Monitore seu score de crédito: à medida que paga dívidas em dia, seu score melhora. Um score alto significa acesso a melhores condições de crédito no futuro. Consulte gratuitamente no Serasa ou SPC Brasil mensalmente. 

Quais dívidas devo pagar primeiro? 

A ordem de pagamento pode acelerar ou atrasar significativamente sua saída das dívidas. Seguir a priorização correta economiza dinheiro e reduz estresse. 

  1. Prioridade máxima são as dívidas com garantia real. Financiamento imobiliário e de veículo devem ser mantidos em dia porque o bem pode ser retomado. Perder sua casa ou carro agrava drasticamente sua situação. Mantenha essas parcelas sempre pagas, mesmo que precise negociar outras dívidas. 
  1. Segunda prioridade são despesas essenciais: aluguel, água, luz, gás. Sem elas, sua qualidade de vida e até saúde ficam comprometidas. Um corte de energia afeta trabalho remoto, conservação de alimentos e conforto básico. 
  1. Terceira prioridade são as dívidas com taxas de juros altos. Como vimos, cartão de crédito rotativo (449,9% a.a.) e cheque especial (134,7% a.a.) crescem exponencialmente. Cada mês que passa, essas dívidas ficam desproporcionalmente maiores. Foque sua capacidade extra de pagamento nelas. 
  1. Quarta prioridade são dívidas que causam negativação e afetam seu crédito. Estar negativado impede o acesso a financiamentos, dificulta alugar imóveis e até pode afetar processos seletivos de emprego. Regularize para limpar seu nome. 
  1. Última prioridade são as dívidas com juros baixos e prazos longos. Financiamentos imobiliários com garantia têm juros entre 9% e 12% a.a. e prazos de décadas. Continue pagando as parcelas normalmente, mas não se preocupe em quitá-los antecipadamente enquanto tem dívidas mais caras. 

Método avalanche versus método bola de neve 

O método avalanche prioriza estritamente a taxa de juros, do maior para o menor. Economiza mais dinheiro no total porque elimina primeiro as dívidas que mais custam. É a escolha racional e matematicamente ótima. 

O método bola de neve prioriza o valor total da dívida, do menor para o maior. Quitar dívidas pequenas rapidamente gera vitórias psicológicas que motivam a continuar. Funciona bem para pessoas que precisam desse reforço emocional, mas custa mais caro no longo prazo. 

Escolha o método que mais se alinha com seu perfil. Se você é disciplinado e consegue manter o foco mesmo sem vitórias rápidas, vá de avalanche. Se precisa de conquistas frequentes para manter a motivação, escolha bola de neve. Começar e permanecer no plano é mais importante que escolher o método teoricamente perfeito. 

Troque dívidas do cartão por juros mais baixos 

Uma estratégia inteligente para reduzir drasticamente o custo das dívidas é o refinanciamento ou portabilidade de crédito. Você substitui uma dívida cara por outra mais barata. 

Exemplos práticos de 2025: você deve R$ 10.000 no rotativo do cartão a 449% ao ano. A parcela mínima de R$ 1.000 mensais mal cobre os juros. Opção 1: empréstimo consignado (se você é CLT, aposentado ou servidor público) com taxa média de 18% ao ano. Parcela de R$ 1.000 por 12 meses quita totalmente, economizando mais de R$ 20.000 em juros. Opção 2: empréstimo com garantia de veículo, taxa média de 25% ao ano. Parcela de R$ 950 por 15 meses. Economia substancial. Opção 3: empréstimo com garantia de imóvel, taxa média de 12% ao ano. Parcela de R$ 900 por 15 meses. A melhor economia, mas requer ter imóvel quitado ou com saldo devedor baixo. 

Importante: refinanciar só vale a pena se você não fizer novas dívidas no cartão. Muitas pessoas refinanciam, limpam o limite do cartão, e depois voltam a usar descontroladamente. Aí ficam com duas dívidas: a nova mais a do cartão de novo. Se você não tem disciplina para trancar o cartão após refinanciar, essa estratégia pode piorar sua situação. 

Como proceder: pesquise taxas em bancos diferentes, cooperativas de crédito e fintechs. Compare CET (Custo Efetivo Total), não apenas a taxa de juros, pois inclui todas as tarifas. Simule diferentes prazos. Prazo maior significa parcela menor, mas mais juros pagos no total. Encontre o equilíbrio entre parcela que cabe no orçamento e prazo razoável. 

Cuidado com seguros embutidos. Muitos empréstimos incluem seguros de vida, desemprego ou proteção de parcelas que aumentam o custo. Avalie se você realmente precisa deles. Leia todo o contrato antes de assinar. Taxas, condições de pagamento antecipado, multas. Tudo deve estar claro. 

Como evitar novas dívidas no cartão 

Depois de negociar ou refinanciar a dívida do cartão, o maior desafio é não cair na mesma armadilha novamente. Disciplina com o cartão é questão de criar sistemas que funcionam no piloto automático, não depender só de força de vontade. 

  • Reduza o limite do cartão para um valor que você consegue pagar totalmente todo mês. Se sua renda comporta gastar R$ 1.500 em cartão, solicite que o banco reduza seu limite para esse valor. Isso impede que você gaste mais sem querer. 
  • Configure o pagamento automático do valor total da fatura. Nunca pague o mínimo. Configure para debitar automaticamente o valor total alguns dias antes do vencimento. Assim você nunca esquece e nunca cai no rotativo. 
  • Use o cartão apenas para despesas planejadas. Crie a regra: se não estava no orçamento do mês, não vai no cartão. Compras não planejadas só com débito ou dinheiro, forçando você a ter o valor disponível na conta. 
  • Evite parcelamentos longos. Parcelas de 10x, 12x, 18x parecem pequenas mas comprometem seu orçamento futuro por muito tempo. Limite-se a parcelar em até 3x, no máximo 6x para compras essenciais maiores. Assim você quita rápido e libera margem para outras coisas. 
  • Para compras online, não salve os dados do cartão nos sites. Ter que buscar o cartão e digitar os números toda vez cria um atrito saudável que faz você pensar duas vezes antes de comprar. A conveniência do “comprar em um clique” é inimiga do controle financeiro. 
  • Implemente a regra das 24 horas para qualquer compra acima de R$ 100 no cartão. Adicione ao carrinho, mas não finalize. Volte no dia seguinte. Na maioria das vezes, o impulso passa e você percebe que não precisa daquilo. 
  • Acompanhe seus gastos semanalmente no aplicativo do banco. Ver o valor se acumulando na fatura atual cria consciência antes que seja tarde. Muitas pessoas só olham quando a fatura fecha, e aí o susto é grande. 

Dúvidas comuns sobre dívidas e negociações 

Reunimos as perguntas mais comuns que recebemos de leitores que estão enfrentando situações semelhantes à sua. 

Quanto tempo leva para sair das dívidas? 

O tempo varia conforme o valor total devido, sua capacidade de pagamento mensal e os juros das dívidas. Uma pessoa com R$ 10.000 em dívidas que consegue pagar R$ 1.000 por mês pode quitar tudo em aproximadamente 12 a 15 meses, dependendo das taxas de juros. O importante é criar um plano realista e segui-lo consistentemente. 

Posso negociar dívidas mesmo estando desempregado? 

Sim. Na verdade, estar desempregado é um motivo legítimo para negociar condições melhores. Seja honesto com o credor sobre sua situação, apresente comprovação se possível, e proponha pagar valores menores ou suspender parcelas temporariamente até você se recolocar. Muitos credores preferem esperar do que perder totalmente o valor. 

Quais documentos preciso para negociar dívidas? 

Geralmente você precisa de RG, CPF, comprovante de residência atualizado e, se possível, comprovante de renda. Se estiver desempregado, leve uma declaração de próprio punho explicando sua situação. Para negociações em feirões online, normalmente só precisará do CPF. 

Como sei se uma proposta de negociação é boa? 

Uma boa proposta tem parcelas que cabem confortavelmente no seu orçamento (máximo 30% da renda), redução significativa de juros ou desconto no valor total, prazo adequado para sua situação, formalização por escrito com todas as condições claras. Desconfie de propostas que parecem boas demais ou que pressionam você a decidir imediatamente. 

É melhor guardar dinheiro ou pagar dívidas? 

Se suas dívidas têm juros altos (acima de 20% ao ano), priorize pagar as dívidas. O custo de mantê-las é maior que o retorno de qualquer investimento seguro. Porém, mantenha uma reserva mínima de emergência (R$ 3.000 a R$ 5.000) para não precisar fazer novas dívidas em imprevistos. Depois dessa reserva mínima, direcione tudo para as dívidas. 

Devo pagar primeiro as dívidas menores ou as com juros altos? 

Financeiramente, pagar primeiro as de juros altos economiza mais dinheiro. Psicologicamente, quitar dívidas menores traz sensação de progresso. Escolha o método que você consegue seguir até o fim. 

O que acontece se eu não pagar uma dívida renegociada? 

O credor pode cancelar o acordo, reverter descontos e cobrar o valor original corrigido. Você voltará a ficar negativado e seu score de crédito será prejudicado. Se prevê dificuldades, renegocie antes de atrasar. 

Posso ser preso por dívidas no Brasil? 

Não. Prisão por dívidas civis é proibida pela Constituição. A única exceção é pensão alimentícia. Empresas que ameaçam com prisão cometem crime e podem ser denunciadas no Procon. 

Como limpar meu nome rápido? 

A baixa da negativação acontece em até 5 dias úteis após o pagamento. Priorize dívidas menores à vista e participe de feirões Limpa Nome. Se a baixa não ocorrer, reclame no consumidor.gov.br. 

É possível negociar uma dívida mais de uma vez? 

Sim, mas cada renegociação pode ter condições menos favoráveis. Credores ficam mais cautelosos após quebras de acordo. Seja transparente e proponha condições que consiga cumprir. 

Dívida antiga prescreve? Devo pagar mesmo assim? 

Sim, dívidas prescrevem em 5 anos. O credor perde o direito de cobrar judicialmente. Pagar é opcional, mas melhora seu score. Se decidir pagar, negocie desconto de pelo menos 50%. 

Quanto das minhas receitas posso comprometer com pagamento de dívidas? 

Não comprometa mais que 30% da renda líquida mensal. Acima disso, você entra em superendividamento e fica vulnerável a imprevistos. Se suas dívidas ultrapassam isso, renegocie urgentemente. 

Devo usar o FGTS para pagar dívidas? 

Se você tem dívidas caras (cartão, cheque especial), vale a pena usar o FGTS. A rentabilidade dele (cerca de 3% ao ano) é muito menor que os juros dessas dívidas. Mas preserve pelo menos R$ 5.000 de reserva. 

Vale a pena fazer empréstimo para pagar dívidas? 

Só vale se o novo empréstimo tiver juros muito menores. Exemplo: consignado a 18% ao ano para quitar cartão rotativo a 449% ao ano é ótimo negócio. Mas só funciona se você não fizer novas dívidas depois. 

Como funciona o Cadastro Positivo e ele ajuda a sair das dívidas? 

É um histórico que registra todas as contas que você paga em dia. Quanto melhor seu histórico, maior seu score de crédito. Score alto facilita negociações e oferece melhores taxas de juros. Consulte gratuitamente no Serasa. 

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