Você financiou um imóvel e agora precisa vendê-lo antes de quitar todas as parcelas? Essa é uma situação mais comum do que você imagina. Com financiamentos que podem durar até 35 anos, é natural que mudanças de vida aconteçam antes da quitação completa.
A boa notícia é que sim, é totalmente possível vender um imóvel financiado no Brasil. O processo exige alguns cuidados específicos e o envolvimento do banco credor, mas pode ser realizado de forma segura e legal. Mais importante ainda: antes de decidir pela venda, vale conhecer alternativas que podem resolver seu problema financeiro sem que você precise se desfazer do patrimônio.
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É possível vender um imóvel financiado?
Sim, você pode vender seu imóvel financiado a qualquer momento após a assinatura do contrato. No entanto, há um detalhe importante: até a quitação total, o imóvel pertence ao banco credor por meio da alienação fiduciária. Isso significa que a propriedade só é transferida para você quando o saldo devedor é zerado.
Na prática, quando um imóvel está financiado, o banco mantém a posse indireta como garantia do empréstimo. Você tem o direito de uso e a posse direta, podendo morar, alugar ou até vender o imóvel, mas a transferência definitiva da propriedade depende da quitação do financiamento.
Requisitos básicos para vender:
- Todas as parcelas do financiamento devem estar em dia;
- O banco credor precisa autorizar e participar do processo;
- A documentação do imóvel deve estar regularizada;
- O saldo devedor precisa ser quitado no momento da venda.
O mercado de financiamento imobiliário brasileiro movimentou R$ 312 bilhões em 2024, segundo a Abecip. Com números tão expressivos, as instituições financeiras desenvolveram processos estruturados para facilitar essas transações.
Passo a passo para vender um imóvel financiado
O processo de venda depende de como o comprador pretende pagar pelo imóvel. Existem três modalidades principais, cada uma com procedimentos específicos.
1. Venda com pagamento à vista pelo comprador
Quando o comprador tem recursos para pagar à vista, o processo é mais direto. O comprador usa parte do valor para quitar o saldo devedor com o banco, e o restante é pago diretamente a você.
Exemplo prático: você está vendendo seu apartamento por R$ 450.000. O saldo devedor no banco é R$ 180.000. No momento da escritura no cartório, R$ 180.000 são destinados à quitação do financiamento (geralmente via boleto que você apresenta ao cartório), e você recebe R$ 270.000 como lucro da venda.
Etapas do processo:
- Solicite ao banco o saldo devedor atualizado (válido por 30 a 60 dias);
- O banco emite um boleto de quitação;
- No cartório, o valor da quitação é separado do montante total;
- Após o pagamento, o banco emite a declaração de quitação;
- A baixa da alienação fiduciária é registrada na matrícula do imóvel;
- A escritura de compra e venda é lavrada e registrada no novo nome.
2. Venda com novo financiamento no mesmo banco
Neste caso, o comprador contrata um novo financiamento na mesma instituição que mantém seu contrato atual. O banco quita seu saldo devedor e inicia um novo contrato com o comprador.
Exemplo prático: seu imóvel está financiado na Caixa com saldo de R$ 200.000. O comprador também quer financiar pela Caixa. A instituição quita seus R$ 200.000, registra a baixa na matrícula e cria um novo contrato de financiamento com o comprador. Se o imóvel foi vendido por R$ 500.000, você recebe R$ 300.000.
Vantagens desta modalidade:
- Processo mais ágil, pois envolve apenas uma instituição;
- Redução de custos com transferências entre bancos;
- Menor burocracia no registro cartorário;
- Aprovação geralmente mais rápida.
3. Venda com financiamento em banco diferente (interveniente quitante)
Quando o comprador escolhe financiar em outra instituição, entra a figura do “interveniente quitante”. O novo banco assume o papel de quitar seu saldo devedor no banco original.
Exemplo prático: seu financiamento é no Santander com saldo de R$ 150.000, mas o comprador quer financiar pelo Itaú. O Itaú quita os R$ 150.000 no Santander, registra a baixa da alienação fiduciária, lavra a escritura de compra e venda e registra um novo contrato de financiamento em nome do comprador.
Etapas detalhadas:
- Contrato de compra e venda é firmado entre você, o comprador e o novo banco;
- O banco novo transfere o valor da quitação para o banco original;
- O banco original emite a declaração de quitação;
- Baixa da alienação fiduciária é registrada no cartório;
- Nova alienação é registrada em favor do banco escolhido pelo comprador;
- Você recebe a diferença entre o valor de venda e o saldo quitado.
Custos envolvidos na venda:
- Taxa de quitação antecipada: varia por banco, geralmente entre R$ 300 e R$ 1.000;
- Registro em cartório: aproximadamente 1% do valor do imóvel;
- Escritura pública: entre R$ 1.000 e R$ 3.000 dependendo do estado;
- Certidões e documentação: cerca de R$ 500 a R$ 800;
- Comissão imobiliária: geralmente 6% do valor de venda (se aplicável).
Com a taxa Selic em 15% ao ano (dezembro de 2025), os financiamentos imobiliários têm se tornado mais caros, o que pode dificultar a aprovação de crédito para alguns compradores. Considere isso ao precificar seu imóvel e avaliar o perfil de potenciais compradores.
Alternativas para quem não quer vender o imóvel
Antes de decidir pela venda, é fundamental avaliar se essa é realmente a melhor solução para seu problema. Muitas pessoas vendem seus imóveis por necessidade financeira urgente, mas acabam perdendo um patrimônio valioso que levou anos para construir.
O empréstimo com garantia de imóvel (home equity) pode ser a solução ideal.
Esta modalidade permite que você use seu imóvel como garantia para obter crédito com condições muito mais vantajosas que empréstimos tradicionais, sem precisar se desfazer do patrimônio.
Como funciona o home equity:
Você oferece seu imóvel como garantia e obtém um empréstimo com taxas de juros significativamente mais baixas. O imóvel continua em seu nome e você pode continuar morando nele ou recebendo aluguéis normalmente.
Quando o home equity é vantajoso:
- Você precisa de dinheiro mas não quer perder o imóvel;
- Tem dívidas caras (cartão, cheque especial) para consolidar;
- Precisa de capital para investir em negócio ou educação;
- Quer fazer reforma ou ampliação no próprio imóvel;
- Necessita de crédito com prazo longo e parcelas menores.
O mercado de home equity em crescimento:
Em 2024, o home equity cresceu 54% no Brasil, somando R$ 4,6 bilhões apenas no primeiro semestre. O volume total da carteira já ultrapassa R$ 27 bilhões em 2025, mostrando que cada vez mais brasileiros descobrem esta alternativa inteligente ao crédito caro.
Quando considerar a venda:
- O imóvel não atende mais suas necessidades de espaço ou localização;
- Você precisa se mudar para outra cidade ou país;
- O valor de venda está muito acima do valor de compra (boa valorização);
- Você tem outro imóvel para morar ou investir o dinheiro;
- Não consegue manter as parcelas mesmo refinanciando.
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Principais dúvidas sobre a venda de imóvel financiado
Reunimos abaixo as perguntas mais frequentes que recebemos sobre venda de imóveis financiados.
Posso vender um imóvel financiado pelo Minha Casa Minha Vida?
Sim, mas você perderá os subsídios do programa. O imóvel pode ser vendido a qualquer momento, mas é importante consultar a Caixa Econômica Federal sobre as condições específicas do seu contrato. Em alguns casos, pode haver carência para venda ou necessidade de devolver subsídios recebidos.
Quanto tempo preciso esperar para vender após o financiamento?
Não há prazo mínimo legal. Você pode vender imediatamente após assinar o contrato de financiamento, desde que todas as parcelas estejam em dia. Alguns bancos podem cobrar taxa de quitação antecipada nos primeiros meses, verifique seu contrato.
E se o comprador não conseguir aprovação de financiamento?
Neste caso, a venda não se concretiza. Por isso é importante fazer uma análise prévia com o comprador sobre sua capacidade de crédito antes de iniciar todo o processo de documentação. Um corretor experiente ou correspondente bancário pode ajudar nesta avaliação inicial.
Posso fazer contrato de gaveta?
Não é recomendado em hipótese alguma. No contrato de gaveta, você “vende” o imóvel sem conhecimento do banco, e o comprador passa a pagar as parcelas. Isso é extremamente arriscado: você continua como devedor oficial, pode ser cobrado judicialmente se o comprador não pagar, e o banco pode executar o imóvel. É uma prática ilegal que deve ser evitada.
Como calcular o valor de venda do meu imóvel financiado?
Considere a valorização do mercado, melhorias feitas no imóvel, localização e comparação com imóveis similares na região. O valor deve cobrir o saldo devedor e ainda gerar lucro ou pelo menos não causar prejuízo. Consulte um corretor para avaliação profissional.
Posso usar meu FGTS para quitar antes de vender?
Sim, você pode usar o FGTS para amortizar ou quitar o saldo devedor antes da venda. Isso pode facilitar a transação e aumentar seu lucro líquido. Consulte as regras de uso do FGTS no site da Caixa ou no aplicativo do trabalhador.
Quanto tempo leva todo o processo de venda?
Em média, de 30 a 90 dias a partir da assinatura do compromisso de compra e venda até o registro final. O prazo varia conforme a agilidade do banco, a complexidade da documentação e o tipo de financiamento escolhido pelo comprador. Operações com interveniente quitante costumam demorar um pouco mais.
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