Taxa Selic

Taxa Selic: descubra como funciona e qual é o seu impacto na economia

30 nov 2022
26min de leitura

A taxa Selic é a taxa básica de juros da economia. Isso significa que suas oscilações afetam diretamente a economia nacional e também os seus investimentos. É um assunto obrigatório para quem está se aventurando no mundo das finanças e dos investimentos, já que ela influencia diretamente o funcionamento dos mercados. 

Se você já se aprofundou um pouco no tema, certamente está familiarizado com o termo, ainda que não conheça os seus detalhes e impactos de forma mais detalhada. 

Mas não é só isso: se você faz parte do grupo de pessoas que aprendeu que a melhor forma de fazer o seu dinheiro render é aplicar ele em alguma ação, você está certo.

Para você entender melhor como isso te afeta, quando falamos de investimentos, por exemplo, o Tesouro Selic é sempre mencionado. Esse é um investimento de renda fixa  bastante recomendado para quem procura uma alternativa à poupança. Mas antes de começar a fazer o seu dinheiro trabalhar por você, é preciso conhecer os impactos da taxa selic na sua vida.

Agora é só continuar a leitura!

O que é Selic?

A Taxa Selic é, de forma simplificada, a representação dos juros básicos da economia nacional. Ou seja, ela influencia todas as operações econômicas que fazem jus à incidência de juros. E realmente são todas as taxas de juros praticadas no país: desde os juros cobrados de pessoas físicas ou de pessoas jurídicas por instituições financeiras, até os juros recebidos por investidores que realizam aplicações. 

O seu nome vem do Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Esse sistema é o espaço em que ocorrem as negociações de títulos públicos e é administrado diretamente pelo Banco Central. 

Assim, a taxa média registrada e praticada diariamente nessas operações é o que chamamos de Taxa Selic, mas não necessariamente é o que afeta as suas finanças. 

Isso porque essa taxa média é a Selic “efetiva”, ou seja, é a que acontece na prática. Contudo, não é ela que é usada como referencial. A Selic efetiva é um parâmetro usado pelo Banco Central para definir a Selic “meta”. 

A principal diferença entre uma e outra é que a Selic efetiva representa a variação real, com oscilações mais intensas, as quais são “amortecidas” pela Selic meta. O objetivo é que as instituições financeiras tenham um parâmetro para praticar suas negociações.

Antes de mais nada, é importante lembrar que existe um objetivo prático por trás da definição dessa taxa. Afinal, é ela que precifica o dinheiro e, portanto, controla a inflação no país. Por isso é necessário um sistema tão criterioso para defini-la. Mas isso você vai entender melhor mais à frente.

Selic Meta, Selic Efetiva ou Selic Over

Você até pode não estar familiarizado com essas nomenclaturas, mas certamente conhece a existência das tais taxas de juros. Esse é um assunto que surge nas conversas entre amigos, nos jornais e nos portais de notícia… Afinal, direta ou indiretamente, a emissão, a compra e a venda de títulos públicos afetam as vidas de todos nós.

Como falamos antes, essa variação é justamente a taxa Selic. Mas há diferenças entre um tipo e outro:

  1. Selic Meta

Periodicamente, o Banco Central determina quais serão os títulos públicos negociados. Essa é uma determinação do Governo e é realizada oito vezes ao ano, com a definição de qual taxa deve ser praticada. Uma taxa que se convencionou chamar de Meta. 

Quando a taxa sobe, também sofre um aumento proporcional o custo do dinheiro, ou seja, o custo de crédito. E quando a taxa desce, esse custo também sofre uma redução proporcional. 

Em decorrência disso, são influenciados os custos de vida, a geração de empregos e diversos outros aspectos da vida econômica. 

No entanto, essa determinação não acontece de qualquer maneira. Existe um Comitê de Política Monetária (COPOM) que se reúne para definir qual será o percentual estabelecido, um valor que somente pode ser alterado mediante uma nova reunião do COPOM. 

Obrigatoriamente, a cada 45 dias, o COPOM realiza uma nova reunião para avaliar se a taxa deve se manter, se deve aumentar ou diminuir.

Dessa forma, todas as vezes em que você ouvir que o Governo mudou a taxa Selic, lembre-se que se trata da Selic Meta.

Em outras palavras, se você está mais acostumado a acompanhar a variação dos preços de carros, por exemplo, pense na Selic como uma “Tabela Fipe”: é a taxa usada para a formação dos preços. 

  1. Selic Efetiva ou Over

Enquanto a Selic Meta é definida pelo Banco Central, a Selic Efetiva, ou Over, é definida pelo mercado. 

Ela é fruto da média ponderada de todas as operações realizadas dentro do sistema Selic. Com isso, seu cálculo é feito diariamente – e não a cada 45 dias, como a Selic Meta.

É por isso que a Selic Over apresenta maior volatilidade: ela é impactada diretamente pelas operações feitas entre instituições financeiras, as quais precisam fazer transações “overnight” para sempre encerrar o dia com saldo positivo.

Por uma imposição legal, um banco jamais pode, ao fim do dia, ter menos capital do que ativos em caixa. Isto é, ele não pode emprestar mais dinheiro do que possui e, com isso, ficar devendo. Para que essas dívidas não aconteçam, os bancos fazem operações interbancárias. Nelas, os bancos que estão com dinheiro “sobrando” fazem empréstimos a quem está em falta.

E esse valor do empréstimo deve ser pago logo no dia seguinte, com os devidos juros e garantias. Os juros, como você deve imaginar, estão diretamente relacionados à Selic. E as garantias, por sua vez, estão relacionadas aos títulos públicos que o governo determina que sejam negociados.

Imagine o seguinte:

Você é o dono de uma padaria. No final do expediente, sobraram 3 pães de R$0,20 em estoque. O seu vizinho, também padeiro, precisa desses três pães para finalizar as entregas do dia. No mundo dos investimentos, você poderia emprestar para ele esses pães, mas para ter certeza de que ele iria devolver o valor no dia seguinte, você ficaria com três garrafas de água mineral. 

Porém, no dia seguinte, os pães não valem mais os mesmos R$0,20. Eles valem R$0,22. Você devolve as garrafas de água e o padeiro faz o pagamento dos pães, já considerando as novas taxas. 

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Como a Taxa Selic pode influenciar as suas economias

É provável que você tenha aprendido que a melhor forma de fazer o seu dinheiro render é aplicando ele em alguma ação. E você está certo. 

Contudo, em primeiro lugar, você precisa entender quais oscilações da economia mudam o cenário dos rendimentos, principalmente antes de fazer as suas aplicações. E é aí que está a importância de conhecer a Taxa Selic.

Imagine a seguinte situação: você foi o vencedor de um prêmio simbólico na loteria e está sem nenhuma dívida para pagar – o sonho de qualquer brasileiro. Com este prêmio você decide que quer guardá-lo para alguma emergência.

Por muito tempo, foi considerado que guardar o dinheiro que recebemos é uma forma de garantir a segurança financeira no futuro e, para isso, o melhor seria deixá-lo em uma conta poupança. 

No entanto, com maior acesso à informação e com maiores índices de instabilidade econômica no país, muitas pessoas, principalmente microempresários e alguns empreendedores, notam a importância de garantir a tranquilidade financeira por meio de investimentos ao invés de deixar o dinheiro na conta poupança ou simplesmente parado na conta-corrente.

Nesse cenário, é provável que você queira fazer um investimento de menor risco. E a primeira possibilidade a se considerar é o Tesouro Direto, cuja uma das modalidades é o Tesouro Selic. 

Sendo assim, um dos principais ativos que vem atraindo a atenção de investidores é o investimento no Tesouro Selic, uma vez que ele oferece uma rentabilidade mais atrativa e adaptável para atingir os objetivos de qualquer prazo e a possibilidade de investir mesmo com pouco dinheiro. 

Já ouviu falar sobre o Tesouro Selic ou quer começar a investir e não sabe por onde começar? Fique tranquilo! Saiba como fazer seu patrimônio render a partir de hoje por meio deste ativo.

O que é o Tesouro Selic?

Antigamente, o título era conhecido como LFT, que correspondia a Letras Financeiras do Tesouro. O Tesouro Selic consiste em um título público pós-fixado que é emitido pelo Tesouro Nacional e que acompanha a variação da Taxa Selic. Em resumo, é um empréstimo do seu dinheiro para o governo federal por um período determinado. 

Caso você faça este investimento, o retorno do valor será recebido de volta com uma taxa de juros corrigida, que equivale à rentabilidade do dinheiro. 

Você pode estar se perguntando para que o governo iria precisar do seu dinheiro. Neste caso, o valor investido no Tesouro Selic pode ser utilizado para custear as áreas mais importantes do país, como saúde, infraestrutura e educação. 

O título é uma das alternativas fornecidas pela plataforma do Tesouro Direto. O programa oferece títulos públicos federais de maneira acessível para pessoas físicas em um ambiente totalmente digital. 

Logo, o Tesouro Direto não é considerado um investimento em si, mas um termo que se refere à plataforma e ao programa de investimentos do Tesouro Nacional. Além disso, ele garante liquidez diária aos seus títulos públicos, ou seja, você pode resgatar os investimentos a qualquer momento.

O que é o Tesouro Direto?

Para entender por completo o Tesouro Selic, antes é necessário mencionar o Tesouro Direto. 

Criado em 2002, o Tesouro Direto é um programa criado pelo Tesouro Nacional, órgão responsável pela gestão da dívida pública, para permitir que pessoas físicas adquiram papéis do governo federal pela internet.

Em outras palavras, ao comprar um título do Tesouro Direto o investidor está emprestando dinheiro ao governo.

Visto como um título de compra ideal para iniciantes no mundo dos investimentos, o Tesouro Direto ganhou popularidade por também ser uma das modalidades de investimento mais democráticas. Permite  realizar  aplicações com valores muito baixos (a partir de R$ 30,00) e oferece liquidez diária para todos os papéis.

Além disso, o Tesouro Direto não fica restrito a poucas instituições financeiras, uma vez que os investidores podem aplicar por meio de diversos bancos e corretoras de valores.

Quais tipos de Tesouro Direto existem?

Entender sobre o Tesouro Direto não é nada difícil, pois existem poucos  tipos de tesouro direto, que variam de acordo com o tipo de remuneração: prefixada, pós-fixada ou híbrida.

Como você já entendeu o significado do Tesouro Selic, o foco dos títulos seguintes excluem apenas o já mencionado. Para entender um pouco mais sobre cada um dos tipos de Tesouro, confira a lista abaixo:

  1. Prefixado

Nesse tipo de título, o investidor sabe desde o momento da aplicação qual será a taxa de juros atribuída ao investimento. Sendo que a taxa continua a mesma desde a aplicação até o vencimento do título sem que ocorra alterações.

Dessa maneira, é possível fazer as contas para saber qual será a rentabilidade obtida com a aplicação. Dentro do Tesouro Prefixado, existem duas outras categorias: Tesouro Prefixado e Tesouro Prefixado com Juros Semestrais.

Qual a diferença entre eles? Basicamente, no Tesouro Prefixado, você tem acesso ao rendimento do título apenas na data de vencimento. Por outro lado, no Tesouro Prefixado com Juros Semestrais, você recebe os juros a cada seis meses.

  1. Tesouro IPCA+

o Tesouro IPCA + é um título híbrido. Ou seja, ele remunera de acordo com uma taxa prefixada e uma taxa que varia.

A grande vantagem desse tipo de título do tesouro direto é que ele está  indexado ao IPCA. Isto é, o indicador que mede a inflação do país.

Assim, os títulos do Tesouro IPCA + certificam que o investidor terá um retorno acima da inflação, tendo um ganho maior com esse tipo de aplicação.

Do mesmo modo que ocorre com o Tesouro Prefixado, existem dois tipos de Tesouro IPCA +: Tesouro IPCA + e Tesouro IPCA + com Juros Semestrais, os quais seguem a mesma lógica explicada anteriormente.

Tipos de tesouro direto por prazo

Ao se fazer um investimento, é fundamental levar em consideração o prazo de vencimento do título e o prazo para a realização dos seus objetivos ao investir. Entre as modalidades de Tesouro Direto, cada um deles pode ser usado para um tipo de prazo e com os objetivos e metas já estabelecidos para os desejos que você possui. 

Com esses critérios previamente identificados, você deve procurar um título que se adeque aos seus interesses:

1- Curto prazo

Os títulos de Tesouro Selic são considerados  uma boa opção para investimentos de curto prazo, visto que esses títulos não costumam ter prazos de vencimentos de períodos muito longos. No mundo dos investimentos, considera-se curto prazo os vencimentos de até dois anos. 

Além de tudo, uma outra vantagem é que eles podem ser resgatados a qualquer momento. Ou seja, você pode usar este tipo de título de tesouro direto para:

  1. Comprar algum bem;
  2. Fazer uma viagem;
  3. Fazer a sua reserva de emergência;
  4. Poupar seu dinheiro recebendo mais;

2- Médio prazo

Já para os objetivos de médio prazo, o que os investimentos em Tesouro Direto podem oferecer são os títulos prefixados. Eles são uma boa alternativa para quem tem metas com períodos mais espaçados, mas que estão na lista de desejos e planos futuros. No mundo dos investimentos, são considerados de médio prazo aqueles que vencem em até cinco anos. Alguns desses objetivos são, por exemplo:

  1. Trocar de automóvel;
  2. Fazer uma grande viagem;
  3. Cursar MBA ou pós-graduação;
  4. Dar entrada na compra de um imóvel;

3- Longo prazo

Por último, nos investimentos de longo prazo, você pode escolher o Tesouro IPCA +. Esse tipo de título do Tesouro Direto costuma ter um prazo maior e oferecer um custo-benefício melhor. Nesse caso, incluem-se os investimentos com prazos maiores do que cinco anos. Como exemplos de objetivos de longo prazo temos:

  1. Capital inicial para empreender;
  2. Compra da casa própria;
  3. Custear a faculdade dos filhos;
  4. Programar um período sabático.

Como funciona o Tesouro Selic?

Conforme mencionado acima, o funcionamento do Tesouro Selic é muito simples de se compreender. Em síntese, você empresta dinheiro para o governo e recebe juros por isso,  muito parecido com o CDB (Certificado de Depósito Bancário). 

O Tesouro Selic é o melhor ativo para quem é um investidor iniciante, uma vez que é uma aplicação de menor risco de perda de dinheiro, mantendo uma taxa de rentabilidade menor – ainda que maior do que a poupança. 

Antes de começar a investir seu dinheiro no Tesouro Direto, é importante que você faça análises que considerem o seu comportamento de investidor e proporcione um melhor planejamento financeiro. Alguns fatores que você pode considerar são:

  • Aplicação mínima;
  • Período de aplicação;
  • Liquidez do investimento (quanto tempo demora para resgatar o valor aplicado com a correção de juros);
  • Taxas e tributos envolvidos;
  • Rentabilidade.

Esse tipo de análise é muito importante para você saber investir com sabedoria, uma vez que muitas pessoas fazem aplicação de seu dinheiro sem ter um objetivo em mente, dificultando a direção do investimento. 

Em resumo, o Tesouro Selic proporciona liquidez alta e com rendimentos próximos de 100% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário). Tudo isso com a facilidade e a segurança do empréstimo de seu dinheiro para o Governo Federal. 

Quais as vantagens do Tesouro Selic?

Sabendo que fazer uma aplicação no Tesouro Selic é seguro e sem maiores riscos de perda de dinheiro, este ativo possui uma função perfeita e muito importante para o planejamento financeiro: criar uma reserva de emergência.

O propósito de criar uma reserva de emergência é evitar preocupações futuras relacionadas a problemas financeiros. O próprio nome é auto sugestivo, afinal, ter uma reserva é o mesmo que poupar dinheiro de maneira constante e regular. 

Neste caso, a ideia é construir um fundo destinado a receber uma quantia específica que irá ajudar você se algum tipo de problema surgir. Como:

  • Perda de emprego;
  • Problemas de saúde;
  • Acidentes;
  • Endividamento;
  • Entre outros.

Logo, o investimento no Tesouro Selic é um dos mais seguros e eficientes para se realizar, principalmente para quem está começando a investir agora e não quer tomar uma decisão errada. Alguns motivos destacam essas vantagens, por exemplo:

  • Seguro;
  • Fácil de se realizar;
  • Simples;
  • Prático;
  • Lucrativo;
  • Previsível.

Outro benefício que precisa estar presente no momento do seu planejamento financeiro (e que é altamente recomendado) é saber que este dinheiro aplicado deve ser destinado para emergências. Por exemplo, se você não possui um plano de saúde e um filho ou parente precisa de atendimento médico imediato, o dinheiro aplicado no Tesouro Selic pode ser utilizado.

Portanto, fique atento: caso você faça uma aplicação em que o período de resgate seja muito longo, você perde a rentabilidade se sacar o valor antes da hora.

Calculadora do Tesouro Selic

Uma das melhores maneiras de saber se o investimento no Tesouro Selic vale a pena é pelos números – que nunca mentem! 

O próprio site oficial do Tesouro Selic possui um simulador em que você pode realizar os cálculos de qualquer valor aplicado e saber o valor final de resgate, o quanto renderia se estivesse na poupança e por quanto tempo você deseja deixar o dinheiro investido. 

Para acessar o simulador oficial, basta acessar o site do Tesouro Direto.

Para ilustrar este artigo e ver as vantagens do investimento no Tesouro Selic, podemos supor a seguinte situação. Você possui o valor de R$ 6.000 para investimento e mensalmente irá depositar R$ 1.050, por 27 meses. 

Nestes dois anos você teria o valor de R$ 38.542,55, como valor bruto, sem descontar o IR e a taxa da B3, que somariam R$ 744,40. Enquanto na conta poupança o seu dinheiro renderia R$ 5.893,26, no Tesouro Selic, o seu dinheiro renderia R$ 7.342,55. 

Isso ocorre devido ao percentual de rentabilidade da poupança (0,50% a.m) em comparação ao Tesouro Selic (13,75% a.a). Considere que os valores utilizados para este exemplo utilizam a última atualização de valores, de 26/11/2022.

O Tesouro Selic pode ter retorno negativo?

Embora este título tenha se provado ser um dos mais seguros para iniciar no mundo dos investimentos e ser amplamente utilizado como reserva de emergência, ele pode ter um retorno negativo. 

Por ser um título pós-fixado e que não sofre marcação no mercado, o Tesouro Selic acompanha a taxa Selic. Isso quer dizer que, quando a Selic sobe, o título rende mais. Se a Selic cai, o título rende menos. 

Por mais que o Tesouro Selic sempre retorne com índice positivo, muitos investidores não sabem, mas é possível ter alterações no valor do Tesouro Selic e ter retorno negativo em determinados momentos do tempo. 

Isso não é nada comum, mas essa situação chegou a acontecer no momento da pandemia em 2020 e também em outros momentos de crise forte. 

Caso você já tenha comprado um Tesouro Selic no Tesouro Direto, deve ter notado que junto à taxa Selic, é incluída outra pequena taxa. Um vencimento 2024, por exemplo, era negociado a Selic + 0,10%.

Essa taxa se soma à rentabilidade da taxa Selic e varia de acordo com as condições de oferta e demanda desses títulos. Caso tenha muita demanda por títulos pós-fixados, essa taxa começa a cair, inclusive tendo uma ligeira tendência negativa. Se esta demanda cai muito, a taxa sobe um pouco para estimular os compradores.

Para entender como a influência das taxas e de crises podem atingir valores que oscilam a rentabilidade do título, em 2020, por exemplo, o Tesouro Selic começou o ano negociado a +0,02% da Selic. Após a crise, as taxas subiram para +0,40% da Selic por falta de demanda. Essa alta aparenta ser boa, porém provocou um prejuízo de 1,3% para o detentor do título.

Atualmente, essa taxa caiu para a Selic + 0,037% e quem a comprou em 2020 já está rendendo mais do que a Selic nesses 2 anos. 

O que são o ágio e o deságio do Tesouro Selic?

Dois termos que costumam ser importantes para o investidor no momento de resgatar os antecipados de seus títulos são ágio e deságio. Caso você não saiba, fique tranquilo que iremos explicar!

Quando um investidor possui um título público do Tesouro Direto, como o Tesouro Selic, e decide vendê-lo antes da data de vencimento, você irá notar que há uma taxa para a venda. Essa taxa se refere ao ágio e deságio do título, uma taxa fixa que é acrescida aos juros da Selic. 

Por exemplo, se a taxa fixa é +0,03, a rentabilidade do investidor será a Taxa Selic + 0,03% ao ano, caso o investidor carregue o título até o vencimento.

O que isso indica? 

Quando a taxa é positiva, o Tesouro Selic está sendo negociado com deságio em relação ao preço de quando a taxa fixa é zero. Em outras palavras: o preço de mercado do título para venda antecipada está inferior ao valor do título, considerando que este é remunerado exclusivamente pela taxa Selic. Ou seja, o título está barato! 

No entanto, quando a taxa fixa é negativa e se tem um título negociado com ágio, quer dizer que a taxa negativa valoriza os papéis, uma vez que a taxa fixa do título diminui. Nesse cenário, o título sai um pouco mais caro do que o preço de mercado – o que não impede que você tenha bons rendimentos. Tudo é uma questão de timing, mas isso vamos te explicar mais à frente.

A que o investidor deve ficar atento?

Conviver com ágio e deságio significa que todo investidor deve avaliar a possibilidade de ganhar ou perder rentabilidade no momento do resgate antecipado. Caso o investidor decida resgatar o valor quando a taxa fixa for maior que a contratada no início do investimento, a rentabilidade será menor.

Já os investidores que possuem o título, o efeito da marcação a mercado gera uma redução do preço dos ativos. E isso pode representar uma redução da rentabilidade se o investidor resgatar antes do vencimento.

Em uma situação como essa, o investidor precisa avaliar a possibilidade de manter os investimentos até a data de vencimento do título. Isso considerando que  as variações da taxa não alteram a rentabilidade contratada pelo investidor.

Por outro lado, caso a taxa fixa esteja menor do que a taxa contratada, a rentabilidade do investidor será maior no momento do resgate antecipado. Ou seja, se o investidor decidir carregar até o vencimento do título, o efeito da marcação a mercado não afetará a rentabilidade que foi contratada.

Como investir no Tesouro Selic?

Agora que você já sabe que o Tesouro Selic é uma das aplicações mais seguras para deixar o seu dinheiro rendendo e que ele é ideal para quem deseja fazer uma reserva de emergência, aprenda como fazer o investimento correto no Tesouro Selic. 

Há duas maneiras de se investir no Tesouro Selic:

  • Por meio de uma instituição que faça o intermédio com os títulos.
  • A partir da plataforma do Tesouro Direto do próprio Governo.

No primeiro, basta criar uma conta em um banco ou corretora com acesso aos títulos públicos. Neste caso, o ideal é buscar uma instituição financeira que disponibilize os títulos, tenha uma boa reputação e seja confiável. 

No segundo caso, é preciso solicitar que a sua corretora crie uma conta para você no Tesouro Direto e envie os documentos solicitados. 

O primeiro passo para você investir no Tesouro Selic é acessar o site do Tesouro Direto, acessar a aba Títulos e escolher em qual dos títulos deseja investir. Na aba literal do site, você encontra até um botão para simular o investimento. 

Na simulação, você escolhe um título, o valor inicial da aplicação e os aportes mensais que deseja fazer. É uma forma bem completa de pesquisar e encontrar o melhor título para o seu objetivo.

No caso do Tesouro Selic, irão aparecer as opções “Tesouro Selic 2025” e “Tesouro Selic 2027”. Isso quer dizer que os títulos irão vencer respectivamente em 01/03/2025 e 01/03/2027. Sendo indicado para quem deseja realizar investimentos de curto prazo, sabendo que a rentabilidade está vinculada à taxa Selic. 

Por isso, é importante que você que deseja investir no Tesouro Selic sempre fique atento às taxas da Selic. Caso ela caia, sua rentabilidade diminui, caso ela aumente, sua rentabilidade sobe. Um investidor mais experiente faz esse tipo de análise para entender se vale a pena levar a aplicação até a data de vencimento ou não. Porém, se você está apenas começando, não se preocupe tanto com isso! 

Importante ressaltar que o Tesouro Selic é o único que rende diariamente, diferente dos outros títulos do Tesouro Direto.

Utilizando com um exemplo o Tesouro Selic 2025, caso você invista hoje o valor de R$ 100 e aportes mensais, ou seja, depósitos de R$ 102. Terá como valor investido R$ 3.058,00 e o valor líquido para resgate de R$ 3.357,96, já com os tributos descontados.

O investimento no Tesouro com previsão de resgate para março de 2025 tem se mostrado mais eficaz e de maior rentabilidade se comparado com outros títulos de investimento, como demonstra a tabela abaixo:

TesouroR$ 3.418,28
LCI/LCAR$ 3.316,56
PoupançaR$ 3.282,12
Fundo DIR$ 3.353,83
CDBR$ 3.346,45

Há também alguns outros títulos do Tesouro Selic que podem ser investidos para recebimento mais rápido, com vencimento para o próximo ano. Ideal para quem tem uma meta próxima e que precisa ter valores para receber.

Como declarar Tesouro Selic no Imposto de Renda?

Se você já investe no Tesouro Direto ou ficou interessado e deseja começar a fazer seus investimentos, lembre-se que eles deverão ser declarados no Imposto de Renda.

O Imposto de Renda (IR) é o mais famoso tributo do país e com certeza você já deve ter ouvido falar muito sobre ou teve que lidar com ele. Este é um tributo federal aplicado sobre o que você ganha, acompanhando a sua evolução patrimonial, para que a Receita Federal conheça quais são os seus ganhos anuais.

Para quem já está habituado a realizar a entrega do IR, sabe que todos os investimentos devem ser feitos anualmente. Caso você tenha um contador, geralmente ele adiciona as informações de todos os seus rendimentos e investimentos. 

Caso seja você que faça, o passo a passo para fazer a declaração é o seguinte:

  • Acesse o site da Receita Federal e busque pela opção Meu Imposto de Renda. Após isso, baixe o programa disponível de acordo com o seu sistema operacional (Windows, Linux ou MacOs).
  • No programa, acesse a aba “Bens e Direitos” e clique em “Novo” para abrir uma ficha.
  • Em “Grupo” escolha a opção “4.Aplicações e Investimentos”, e em “Código” selecione a opção ”02 – Títulos públicos e privados sujeitos à tributação (Tesouro Direto, CDB, RDB e Outros)”.
  • Logo em seguida, inclua o país e o CNPJ da instituição financeira. Descreva as informações dos investimentos no campo “Discriminação” e o valor da situação do investimento.

Imposto retido na fonte

Importante destacar que aqueles que investem no Tesouro Direto precisam pagar Imposto de Renda que incide sobre os ganhos. O pagamento, no entanto, é retido diretamente na fonte.

Isso quer dizer que, no vencimento do título público, no recebimento de cupons semestrais ou na venda antecipada do título, o investidor recebe a quantia líquida, com o tributo já descontado. Sendo assim, não é preciso emitir Darf para pagamento.

Confira  como funciona a tributação para os investimentos em Tesouro Direto:

  • 22,5% para investimentos aplicados até 180 dias
  • 20% para investimentos aplicados entre 180 e 360 dias
  • 17,5% para investimentos aplicados entre 361 e 720 dias
  • 15% para investimentos acima de 720 dias (2 anos)
  • Para os resgates feitos em menos de 30 dias, há ainda a cobrança do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).

Conclusão

A Taxa Selic é a taxa básica de juros do Brasil. Ela pode ser classificada como Meta ou Over. A Selic Meta é aquela definida pelo governo, através do COPOM, com base nas políticas monetárias. Ela é utilizada como parâmetro para as negociações interbancárias, as quais acabam por definir uma nova Selic, a Selic Over. Nesse segundo caso, trata-se da Selic efetivamente praticada pelo mercado.

É importante acompanhar essa taxa porque ela se relaciona com o valor do dinheiro, com o custo de vida no país e, claro, com a inflação. Mas não só isso: é possível usá-la a favor das suas economias com os investimentos certos. E uma excelente opção para compor a sua reserva de emergência é o Tesouro Direto. 

Com esse investimento em títulos públicos, você consegue uma boa rentabilidade, com riscos reduzidos. 

O Tesouro Selic é um desses títulos que pode proporcionar ao investidor iniciante a coragem para dar os primeiros passos no mercado de investimentos. Embora seja um dos títulos mais conservadores, é o ideal para começar a criar uma inteligência financeira e pensar em fazer algum tipo de reserva de emergência para o futuro. 

O Tesouro Selic acompanha a taxa Selic, sendo assim, a liquidez é diária e você pode acompanhar o rendimento no dia a dia. Apenas lembre-se que é preciso sempre ficar atento às notícias sobre aumento ou redução da taxa.

Não há dificuldade em fazer investimentos no Tesouro Selic. Tudo que você precisa é de um banco que proporcione essa opção, ou uma corretora de investimentos especializada. A vantagem de investir por meio dessas instituições é o suporte que pode ajudar você, caso tenha alguma dúvida durante o processo.

Por fim, o Tesouro Selic é a porta de entrada para investimentos, sendo recomendado, também, que após um período entendendo como funciona o mercado, você possa expandir para outras categorias de ações. Essa é a melhor forma de garantir a diversificação da sua carteira de investimentos. 

Para quem deseja começar a investir na Selic com aplicações mais robustas, você pode utilizar o seu imóvel quitado para isso. Fazendo um empréstimo com garantia de imóvel, você recebe o valor de acordo com a análise de valoração da propriedade e pode utilizar o valor para aumentar o seu patrimônio e ter um retorno financeiro muito maior. Uma excelente estratégia, considerando que aqui é possível encontrar empréstimos como esse, com os menores juros do mercado. 

A CashMe é a empresa número um em realização de crédito com garantia de imóvel e pode ajudar você em todos os processos. Aproveite e faça uma simulação gratuita e sem compromisso!

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